Houve uma entrada forçada no STOP?
Sim. Esta terça-feira foi forçada a entrada em pelo menos 38 das 105 lojas do centro comercial que tinham sido seladas.
Desde o encerramento das lojas, na semana passada, a polícia tem estado diariamente no STOP ara entregar material aos legítimos proprietários.
Esta terça-feira, quando a polícia chegou, as tais 38 lojas já tinham sido desseladas.
Quem é o culpado?
A autarquia acusa os lojistas do crime de desobediência pública.
O vereador da Economia da Câmara do Porto considerou a atitude "uma falta de respeito" pelo esforço que tem sido feito pela autarquia para chegar a acordo com os músicos.
No entanto, o presidente da Associação Cultural de Músicos do STOP, Rui Guerra, disse não saber quem retirou os selos das lojas e garantiu que a situação era "muito grave".
Também o presidente da Alma Stop, Bruno Costa, disse desconhecer quem retirou os selos, mas garantiu ter a certeza de que nenhum músico iria retirar os selos para desobedecer à lei.
Isto pode pôr em risco o acordo que está em cima da mesa?
É o vereador da Economia da Câmara do Porto que admite que esta ação põe em causa as negociações para o regtresso dos músicos ao STOP.
No entanto, Ricardo Valente diz que a proposta continua em cima da mesa.
A autarquia está a aguardar resposta que diz estranhar estar a ser tão tardia.
Qual é a proposta da Câmara do Porto?
Na sexta-feira, o presidente da câmara, Rui Moreira, admitiu que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança, nomeadamente ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas.
A autarquia disponibiliza-se a investir em meios de segurança (mangueiras e agulhetas) e dar formação aos utilizadores do espaço para que, em caso de incêndio, saibam como agir, adiantou Rui Moreira.
O que dizem os músicos?
A proposta de reabertura do centro comercial foi recebida com cautela pelas duas associações que representam os músicos, que ainda estão a deliberar quanto à viabilidade da solução e o futuro do espaço.
O administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou na segunda-feira o acordo da autarquia que compromete a administração a "adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio".
Já as associações reuniram esta terça-feira à noite e espera-se que dêm uma resposta formal à autarquia esta quarta-feira.
Como é que esta polémica começou?
A 18 de julho, as 105 lojas do Centro Comercial Stop foram fechadas pela Polícia Municipal.
A Câmara Municipal do Porto justificou a operação "por falta de licenças de utilização para funcionamento", mas garante que este "não é um processo de encerramento" do centro comercial.
O Centro Comercial Stop era a sala de ensaio de 500 músicos há 20 anos, que, desde então, têm protestado publicamente, pedindo a reabertura do espaço.
A autarquia tinha proposto dois lugares alternativos para os músicos: o Silo Auto e a Escola Pires de Lima. Ambos os lugares foram recusados pelas associações que representam os artistas.
Agora, aguarda-se para ver se os músicos aceitam as condições da Câmara do Porto para regressarem ao Stop, apesar das acusações de desobediência pública que alguns lojistas podem enfrentar.