Na mesma nota, é referido que, embora há várias semanas o número de pessoas a sair da Ucrânia esteja próximo do número de quem faz o sentido inverso, “todos os dias cerca de 20 mil ucranianos” continuam a chegar à Polónia.
Segundo a embaixada da Polónia, “quem atravessa a fronteira são, acima de tudo, cidadãos ucranianos e polacos, mas também cidadãos de outros países”, como os EUA, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia, Lituânia, França e Israel, “que anteriormente fugiram do território da Ucrânia e agora prestam apoio, principalmente humanitário”.
Há quem encontre apoio em casas particulares ou junto de familiares que rumaram antes à Polónia, assim como quem procura ajuda em outros países, “principalmente na Europa Ocidental”, e quem se dirija a um dos 27 postos de acolhimento, que até ao momento atenderam “mais de 1,15 milhões de pessoas”.
“Os ucranianos podem também encontrar apoio em 28 pontos de informação regionais estabelecidos nas estações ferroviárias e rodoviárias, bem como em 121 pontos de informação estabelecidos pelas unidades do governo local”, acentuou a embaixada polaca em Portugal.
No mesmo comunicado, é sublinhado que, desde 13 de março, “a Polónia concedeu a cidadãos ucranianos aproximadamente 1,15 milhões de números PESEL (número único atribuído a nacionais polacos e a residentes que dá acesso aos serviços nacionais e ao mercado de trabalho)”.
O apoio dado a quem foge à guerra passa, por exemplo, pelo acesso ao serviço nacional de saúde, educação e mercado de trabalho.
A embaixada polaca acrescentou, na nota hoje divulgada, que o país “coopera com organizações internacionais para fornecer apoio humanitário à Ucrânia”, nomeadamente através da atribuição de verbas ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e a organizações das Nações Unidas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A organização internacional tem observado o regresso de pessoas ao território ucraniano, mas adverte que estão previstas novas vagas de deslocação devido à insegurança e à falta de abastecimento de gás e água nas áreas afetadas por confrontos.
Também segundo as Nações Unidas, mais de 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.