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A caminho das eleições legislativas, os protestos de agricultores e polícias marcaram o debate desta segunda-feira, na RTP, entre o líder do Chega, André Ventura, e a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, que trocaram acusações de proximidade ao PS.
Um dos temas foi o protesto dos polícias e a ameaça de boicotar as eleições legislativas de 10 de março.
Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, compreende a atitude dos polícias e não concorda com o primeiro-ministro, António Costa, para quem um boicote às eleições seria um "ato grave de traição à democracia" e que o Governo de gestão não tem legitimidade para aprovar medidas com custos duradouros e permanentes.
“Não achamos que é um ato terrorista. Compreendemos que as pessoas estão cansadas e frustradas, porque não veem o sacrifício do seu trabalho a traduzir-se numa melhoria das suas condições de vida, mas para isso nós precisamos de ter uma Assembleia da República em pleno funcionamento. O Governo pode e deve tomar essa decisão, mas a Assembleia da República também o pode fazer”, disse Inês Sousa Real, que acusou o Chega de votar “mais ao lado do PS do que PAN”.
Sobre um possível boicote dos polícias às eleições legislativas, o líder do Chega acredita que essa forma de luta “não está em causa”.
“Os homens e mulheres das forças de segurança são os primeiros interessados numa mudança política a 10 de março. Tenho a certeza que eles são os primeiros interessados em eleições, porque eles têm sido os mais fustigados por este Governo. Agora, não podemos é dizer que eles têm razão e aprovar um Orçamento que foi o mais penalizador para eles. Boicote? Não vai acontecer”, declarou o líder do Chega.
"Não basta dizer que gostamos muito dos agricultores"
A luta dos agricultores e as questões ambientais também marcaram o debate, na RTP, entre os cabeças de lista do Chega e do PAN.
André Ventura garante que o Chega tem preocupações ambientais, mas não à custa das pessoas que querem trabalhar e apontou o exemplo dos agricultores que estão em protesto.
“O Chega propõe que a defesa do ambiente não seja feita à custa de impostos sobre os contribuintes, a taxar a energia e os combustíveis de quem vai trabalhar, não seja feita sobre os nossos agricultores, que são dos mais taxados da Europa por causa do vosso Orçamento”, afirmou.
André Ventura propõe em defesa do ambiente a redução do desperdício e energia nuclear.
“Sabe como é que se defende o ambiente? Por exemplo, no desperdício que, todos os anos, o Estado gera de forma desproporcionada em Portugal. Sabe como é que se promove o ambiente? Ao defender o estudo, prospeção e avaliação da energia nuclear”, defendeu.
Por seu lado, Inês Sousa Real elencou várias medidas do PAN que foram aprovadas no Parlamento e disse que não basta dizer que “gostamos dos agricultores”.
“Foi pela mão do PAN que os agricultores e os produtores puderam beneficiar do IVA zero no cabaz essencial. Foi pela mão do PAN que tivemos as leguminosas a terem a descida de carga fiscal. 12 deputados [do Chega], zero medidas. Não basta dizer que gostamos muito dos agricultores e depois ter zero medidas aprovadas a favor dos agricultores. O PAN não só teve estas medidas aprovadas, como também teve a alteração à lei da água que é da maior importância para o futuro da agricultura”, afirmou Inês Sousa Real.
A intervenção da porta-voz do PAN foi sendo interrompida por André Ventura com frases como: “1.200 taxas… 1.200 taxas” ou “já sabemos que se dão muito bem com o PS”.