O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, garante que a frente de batalha ucraniana está repleta de especialistas informáticos e que “as tecnologias estão profundamente integradas no campo de batalha”.
Em conferência de imprensa, na Web Summit, em Lisboa, Fedorov explicou que muitos do que “estão na linha da frente são rapazes jovens, modernos e tecnológicos”. “Temos mais de 300 mil especialistas informáticos na Ucrânia, foram todos para a frente de batalha e estão a usar tecnologia na linha da frente”
Com orgulho, acrescenteu: “Há uma nova geração a defender o nosso país, uma nova geração tecnológica."
Ao seu lado está sentado o presidente da Microsoft, Brad Smith. O responsável da gigante informática confirma que a tecnologia tem sido uma componente relevante no conflito.
“Temos visto, desde 23 de fevereiro, literalmente a véspera dos primeiros movimentos de tanques e primeiros disparos de mísseis, uma agressiva guerra cibernética da Rússia contra o governo e o povo da Ucrânia”, afirma.
Brad Smith detalha que esses “ataques cibernéticos destrutivos” têm atingido “não só o Governo e os militares, mas também infraestruturas civis, bancos, até uma central nuclear, aeroportos, vimos ataques cibernéticos lançados contra organizações humanitárias que estão a tentar dar ajuda aos refugiados”.
Neste âmbito, a Microsoft veio à Web Summit anunciar que, em 2023, a Ucrânia vai continuar a dispor do apoio da empresa, num valor de 410 milhões de euros, que se traduz em assistência “ao Governo, instituições sem fins lucrativos, ajuda a diferentes empresas, apoio a organizações internacionais que estão a monitorizar e a documentar crimes de guerra, e até as contribuições filantrópicas dos nossos trabalhadores”.
Brad Smith aludiu a uma “uma aliança digital de países, empresas e instituições sem fins lucrativos, unidos, para apoiar a Ucrânia”, que, em 2023, “precisa de continuar forte”.
Ao nível tecnológico, e apesar da guerra, o Governo ucraniano assegura que continuam a dar cartas e a melhorar o serviço aos cidadãos.
“Neste último meio ano já fizemos muitos esforços digitais, ao nível dos serviços públicos: lançamos o passaporte eletrónico, criamos um dos mais rápidos sistemas de criação de empresas e pode-se assinar qualquer documento com dados biométricos num smartphone”, descreve, assegurando que, continuam “a lançar todas as semanas novos serviços para os nossos cidadãos”.