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A Associação de Marcas de Retalho e Restauração querem ficar isentos de pagar a quase totalidade das rendas enquanto tiverem os seus espaços comerciais fechados. Esta é uma das exigências da associação recentemente criada, depois de, já em plena pandemia do coronavírus, sentirem-se esquecidos pelo Governo.
São mais de 85 marcas e representam dois mil milhões em volume de negócio e mais de 20 mil trabalhadores. Em declarações à Renascença, Miguel Pina Martins, um dos fundadores da associação, avisa que “uma parte significativa” destes postos de trabalho pode desaparecer em seis meses, sem apoios do governo para os retalhistas nos centros comerciais.
Depois de formada a associação, uma das primeiras iniciativas foi escrever ao Ministério da Economia a pedir nove medidas urgentes para o setor.
À cabeça dessa lista está um “lay-off” para as rendas nos centros comerciais, que não foram abrangidos nas medidas já tomadas. Miguel Pina Martins lembra que as lojas estão fechadas e que essas vendas já não se recuperam. Por isso, considera inadmissível que haja senhorios a exigirem o pagamento por inteiro das rendas.
“Preferimos muito mais estar a pagar os salários do que estar a pagar as rendas, porque os salários são as pessoas e são necessários. Acreditamos que tem que haver uma espécie também de ‘lay-off’ para a questão das rendas”, sugere, acrescentando que se essa medida não for para a frente “muito provavelmente uma parte muito significativa destes 20.000 empregos que nós estamos a falar não vão existir daqui a 6 meses, porque as empresas não vão aguentar”.
Assim, pedem legislação e o perdão quase integral das rendas, até à retoma da atividade e mesmo já em tempo de retoma.
“A única maneira tem que ser um perdão, durante o tempo em que estamos fechados, tem que ser bastante grande, não digo 100% mas vai ter que ficar muito próximo dos 100%. Depois, quando voltarmos à atividade, vamos também necessitar aqui de uma formula de perdoar uma parte muito grande até as vendas voltarem”, argumenta.
A associação quer ainda regimes de exceção, nos contratos de arrendamento e utilização dos espaços comerciais, a proibição de despejos por falta de pagamento e o levantamento das penalizações, em caso de denúncia antecipada do contrato, até ao final do ano.
Pedem ainda o alargamento do regime de lay off, porque há ainda muitas perguntas sem resposta.
“Quando é que se vai voltar, quanto tempo vão ficar aberto os shoppings, quanto vai haver de tráfego”, questiona, acrescentando que “não faz sentido ter tantos lojistas na loja com os horários reduzidos para metade”.
Pedem também o pagamento do IVA em prestações, a criação de um Processo Especial de Revitalização (PER) simplificado, a suspensão do pagamento especial por conta este ano e no próximo e linhas a fundo perdido para a revitalização do comércio a retalho.