Portugal tem 40% do território em “seca severa e extrema”
08-05-2023 - 12:52
 • Maria João Costa

O Ministério da Agricultura reconhece que cerca de 40 municípios nacionais estão em seca severa e 27 em seca extrema. As temperaturas acima do normal, as ondas de calor e a pouca chuva em março e abril contribuíram para o agravamento, sobretudo no sul do país.

Os distritos de Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal são os 6 onde se situam os municípios portugueses que estão em situação de seca severa e extrema. De acordo com um comunicado divulgado esta segunda-feira, o Ministério da Agricultura reconhece que cerca de “40% do território nacional” está em “situação de seca severa e extrema”.

A ministra, Maria do Céu Antunes já assinou o despacho que confirma que “verificou -se, no final de abril, um agravamento da intensidade de seca em relação aos meses anteriores, com cerca de 40 municípios na classe de seca severa e 27 na classe de seca extrema”.

Entre os municípios afetados estão por exemplo Barrancos; Beja; Castro Verde; Borba; Estremoz; Évora; Montemor-O-Novo; Albufeira; Alcoutim; Aljezur; Castro Marim; Faro; Avis; Campo Maior; Crato; Elvas; Benavente; Coruche; Alcácer Do Sal; Grândola; Moita; Montijo; Setúbal ou Sines, entre outros.

De acordo com o comunicado, na origem deste quadro de seca estão fatores como as “temperaturas média e máxima acima do normal, bem como o registo de ondas de calor que, conjuntamente com a reduzida precipitação durante o mês de março e abril, resultou num baixo teor de água no solo, com maior incidência a sul do país”.

A situação crítica verifica-se em particular nas bacias hidrográficas do sul do país, onde não tem “sido possível a recuperação hídrica devido à ocorrência de reduzidas afluências às albufeiras, resultantes de precipitações pouco significativas ou nulas”.

Os casos das “bacias hidrográficas do Sado, Mira, Arade e das Ribeiras do Algarve” são dados como exemplos de bacias afetadas pela seca. De acordo com o gabinete de Maria do Céu Antunes, “esta situação meteorológica afeta fortemente a atividade agrícola e o rendimento dos agricultores”.

A assinatura do despacho em que se reconhece a situação de “seca extrema e severa”, permite ao Ministério da Agricultura viabilizar “a aplicação de um conjunto de medidas que carecem de

aprovação da Comissão Europeia”, indica o comunicado.