O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, revelou, esta segunda-feira, à Renascença, que tinha agendada para este segunda-feira uma reunião com o bispo do Porto, falecido esta segunda-feira, aos 69 anos.
"Eu tinha hoje um encontro marcado com ele, para trocarmos ideias sobre a pastoral social", partilha D. Jorge. "Vai ser, agora, um encontro diferente, porque ele nunca se instalava naquilo que tinha sido feito", completa.
"Parecia que estava em plena juventude, era portador de todo um estusiasmo, estava cheio de projectos, estava sempre a sonhar, mas sempre muito atento à realidade eclesial e social", desabafa, comovido, o arcebispo de Braga.
"Neste momento, faltam-me as palavras", confessa D. Jorge Ortiga, sublinhando, contudo, que vai guardar de D. António Francisco a memória de "um amigo".
"Vejo nele quase como uma parte de mim mesmo", desabafa o arcebispo de Braga, recordando a "experiência de comunhão e de co-responsabilidade" que manteve com o até hoje bispo do Porto.
"Tive a oportunidade de trabalhar com ele, tive-o como auxiliar, vivemos alguns anos de muita proximidade e a nossa proximidade mostrou-me que ele era próximo de todas as pessoas: sempre atento, sempre solícito, com a capacidade intelectual de se aperceber das situações e problemas das pessoas", recorda o arcebispo de Braga.
D. Jorge Ortiga sublinha, também, a "inteligência lúcida" de D. António Francisco e o "seu conselho", que "era sempre um conselho amigo e competente".
"É um lugar comum, mas é a grande verdade: é uma grande perda para a Igreja em Portugal."