"Este poderá ser o pior ano de sempre em matéria de incêndios", devido à combinação de fatores como a seca, níveis baixos de humidade e temperaturas altas. O alerta foi deixado na Renascença por Carlos da Câmara, professor da Universidade de Lisboa.
O especialista admite que o cenário deste ano é preocupante, já que "desde 1980 este é o pior ano de todos". Carlos da Câmara explica que os registos mostram que no "interior de Portugal, e em particular no Nordeste, estamos numa situação grave, a pior de sempre".
O especialista lembra os incêndios de 2017 e explica que Portugal em matéria de prevenção tem vindo a fazer melhorias. Ainda assim, salienta a dificuldade de ações de prevenção, nomeadamente de limpeza de terrenos.
"Em Portugal essa missão é dificultada, ao contrário de Espanha ou França, em que maior parte das zonas florestais são propriedades do Estado", explica.
Em Portugal essas zonas pertencem a privados e "sobretudo são parcelas pequenas o que dificulta a limpeza total de uma determinada área".
Na próxima semana as temperaturas vão aumentar e Carlos da Câmara lembra que este risco elevado de incêndio "não tem apenas a ver com a subida dos termómetros".
O especialista fala no fator 'humidade' que tem estado em níveis muito baixos, ventos fortes e a seca extrema que o país atravessa.
As temperaturas elevadas podem agravar a situação de fogos florestais nos próximos dias, mas o especialista alerta que não será o único fator de impacto. Queimadas e a utilização de máquinas agrícolas podem estar na origem de incêndios de maiores dimensões.