O Presidente de Angola pede mais investimento das empresas portuguesas no país africano, incluindo no processo de privatizações conduzido pelo governo de Luanda.
O desafio foi lançado por João Lourenço ao primeiro-ministro português na sessão de boas-vindas a António Costa, que, pela segunda vez, está em visita oficial ao país africano.
“Gostaríamos de ver maior investimento privado dos portugueses no agronegócio, nas pescas, na hotelaria, no turismo, no comércio, na construção civil, na imobiliária, na indústria de confeções, na indústria do curtume e do calçado e a outros ramos da economia que sejam do seu interesse”, afirmou o Presidente angolano.
João Lourenço deixou também a porta aberta à participação dos portugueses no processo de privatizações.
“Decorre o processo de privatização da ativos do estado para os quais os empresários portugueses se podem também habilitar”, acrescentou o governante angolano.
O encontro de António Costa e João Lourenço ocorreu antes da assinatura de mais de uma dezena de acordos. Em causa o Programa Estratégico de Cooperação 2023-2027, o reforço da linha de crédito Portugal-Angola de 1,5 para dois mil milhões de euros e o memorando de entendimento entre a administração dos portos de Sines e do Algarve e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande.
Na sequência, o primeiro-ministro português disse que as empresas portuguesas estão preparadas para investir, sublinhando que está em curso a regularização das dividas angolanas às empresas portuguesas.
António Costa saudou “a abordagem construtiva do governo angolano ao pagamento das dívidas das empresas portuguesas”, apontando que “desde 2018, foram dados passos muito importantes que importa prosseguir para que as empresas possam continuar a contribuir para a diversificação de economia angolana, devidamente capitalizadas”.
Para Costa, o processo é “um motivo de confiança para que as empresas portuguesas invistam em Angola”, estando estas “aptas para o fazer em novas áreas da economia angolana, como agroalimentar, as energias renováveis, a economia azul, as pescas, o turismo e outras que Angola defina como prioritárias”.
Ao fim da tarde de terça-feira, o primeiro-ministro parte de Luanda para a África do Sul, juntando-se na quarta-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações do Dia de Portugal com as comunidades portuguesas de Joanesburgo e de Pretória.