Um voo humanitário com 170 refugiados ucranianos chega na quinta-feira a Lisboa e, algumas horas após aterrar em Portugal, partirá de novo para a Moldávia com 15 toneladas de bens de primeira necessidade, anunciaram esta terça-feira as entidades promotoras.
Este voo humanitário surge no âmbito da iniciativa "Check-In Esperança", fruto de uma parceria entre a organização sediada em Portugal Ukrainian Refugees UAPT e a empresa Leroy Merlin.
Num comunicado conjunto, os promotores da iniciativa referem que entre os 170 refugiados estão mulheres e crianças, nomeadamente bebés de colo, bem como animais de estimação.
Para a Ukrainian Refugees UAPT, que presta apoio a refugiados da guerra da Ucrânia, este voo tem “um significado ainda mais relevante pelo facto de ser o último voo humanitário realizado e por se realizar dias antes do Natal”.
Algumas horas após aterrar em Portugal, o avião partirá de novo para a Moldávia com 15 toneladas de bens de primeira necessidade, como aquecedores, geradores, produtos de higiene, entre outros, para depois serem transportados por camiões humanitários até Kiev, onde serão distribuídos pela população em função das necessidades identificadas.
Os refugiados que vão chegar na quinta-feira a Portugal vão ficar instalados na região de Lisboa, sendo a Ukrainian Refugees UAPT responsável pelo alojamento, enquanto a integração no mercado de trabalho estará a cargo da Leroy Merlin.
A última atualização feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras dá conta de que, desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, Portugal concedeu 56.141 proteções temporárias a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam na Ucrânia, 32.874 dos quais a mulheres e 23.267 a homens.
O SEF avança que o maior número de proteções temporárias concedidas continua a ser registado em Lisboa (12.194), Cascais (3.487), Porto (2.856), Sintra (1.900) e Albufeira (1.384).
Aquele serviço de segurança acrescenta que foram autorizados pedidos de proteção temporária a 13.905 menores, representando cerca de 25% do total.
A guerra na Ucrânia causou pelo menos 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões de refugiados em países europeus, pelo que as Nações Unidas classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.