A candidata presidencial Ana Gomes assumiu-se esta quarta-feira como representante do “socialismo democrático”, reiterando críticas aos dirigentes do PS pela liberdade de voto dada aos militantes nas eleições de 24 de janeiro.
A ex-eurodeputada, de 66 anos, formalizou o processo de candidatura a Belém com 8.320 assinaturas certificadas por juntas de freguesia, no Tribunal Constitucional, em Lisboa, embora tenha reunido “mais de 10.000”, num processo de recolha em suporte de papel que considerou “obsoleto e kafkiano”, pois o Ministério da Administração Interna (MAI) tem toda a informação centralizada.
“Se eu não estivesse aqui, não haveria um candidato do campo do socialismo democrático, fazendo a convergência de todos os que defendem a democracia”, sublinhou, lamentando a “decisão triste de alguns dirigentes do partido que, no fundo, incentivaram os militantes a votarem no candidato de direita [o atual chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa]”.
O PS decidiu que a orientação para estas eleições presidenciais será a liberdade de voto, sem indicação de candidato preferencial. Contudo, Ana Gomes já recebeu apoio público de figuras como o histórico Manuel Alegre, o antigo eurodeputado Francisco Assis, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, ou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
A antiga embaixadora portuguesa em Jacarta disse estar “bem acompanhada” por “muitos socialistas”, “independentes”, bem como pelos partidos PAN e Livre.
Ladeada pela sua mandatária nacional, a filha dos fundadores do PS Mário Soares e Maria Barroso, Isabel Soares, a candidata sublinhou tratar-se de “uma grande honra e prazer” gozar do apoio de “uma grande mulher e educadora”.
“Socialista, de esquerda!”, fez questão de vincar também a diretora do Colégio Moderno.