A OCDE reviu ligeiramente em baixa o crescimento da economia portuguesa em 2019, para 2,1%, inferior ao estimado pelo Governo (2,2%), antevendo que o défice orçamental desapareça em 2020.
No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado esta quarta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que o crescimento da economia portuguesa “permaneça globalmente estável em cerca de 2% para 2018 e 2019”.
Para 2018, a organização mantém a previsão de maio, estimando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%, abaixo dos 2,3% estimados pelo executivo de António Costa.
Já para 2019, a OCDE reviu em baixa a previsão de 2,2% para 2,1%, enquanto o Governo estima que a economia avance 2,2% no próximo ano.
Por outro lado, para 2020, a organização está mais otimista do que o Governo ao prever que o PIB português cresça 1,9% (contra 1,7% estimados pelo executivo).
A procura interna e as exportações contribuirão para o avanço da economia, em particular o crescimento do consumo que “permanecerá sólido” ao mesmo tempo que a taxa de desemprego desce, explica a OCDE, acrescentando que a subida dos custos de mão-de-obra levará a um aumento da inflação.
O abrandamento dos principais parceiros europeus terá impacto no futuro, diz a organização.
Quanto às contas públicas, a OCDE prevê que o défice orçamental “desapareça até 2020”, sublinhando que medidas políticas “terão de continuar a reforçar as finanças públicas”.
A OCDE defende que há espaço para aumentar a tributação ambiental, como por exemplo subir as taxas para que os preços da energia reflitam os custos para o ambiente. Além disso, organização considera que as novas empresas poderiam ver reembolsado o investimento em investigação e desenvolvimento (R&D, na sigla inglesa).