Dezenas de pessoas foram detidas esta quarta-feira num protesto que juntou centenas de opositores ao regime de Vladimir Putin.
Os manifestantes protestavam contra as reformas constitucionais que abrem caminho para que o atual Presidente possa manter-se no poder durante mais 16 anos.
Cerca de 500 manifestantes, muitos dos quais usavam máscaras com a palavra “Não” estampada, gritaram palavras de ordem exigindo a demissão de Putin e levantaram faixas contra as reformas anunciadas.
O protesto foi cercado por polícias que começaram a fazer detenções ao final da noite, arrebanhando manifestantes e colocando-os dentro de carrinhas.
Mais de cem pessoas foram detidas, de acordo com a organização OVD-info, que monitoriza questões ligadas aos direitos humanos, mas as autoridades não confirmaram os números exatos.
A Rússia aprovou alterações à constituição no início do mês de julho, dando a Putin o direito a candidatar-se a mais dois mandatos presidenciais.
Mas a oposição considera que o voto foi ilegítimo e que chegou a hora de Putin, que está à frente dos destinos do país há mais de duas décadas, quer enquanto Presidente, quer enquanto primeiro-ministro, se demitir.
Dois ativistas russos que participaram na campanha contra a reforma constitucional foram detidos na semana passada e outros cinco viram as suas casas revistadas antes do protesto, que não foi autorizado pelo Governo.
Sem autorização oficial, o protesto de cerca de 500 pessoas viola as restrições a ajuntamentos posto em prática por causa da Covid-19.