Os serviços de cirurgia e consultas externas poderão ser os mais afetados pela greve dos médicos.
Apesar de paralisação, convocada pela Fnam, ter garantidos serviços mínimos nos hospitais para assegurar as urgências, há outros serviços que podem ser muito afetados.
Numa altura em que vários médicos entregam escusa para realizar mais horas extra, a Fnam teme que a situação nos hospitais se agrave já no próximo mês.
“A Fnam vê com muita preocupação os próximos meses, nomeadamente até final deste ano, porque muitos colegas que entregaram as minutas fizeram-no com efeitos a partir de dia 1 de novembro”, diz à Renascença a dirigente Tânia Russo, lembrando que “estamos a entrar na época em que há mais doenças respiratórias, em que há mais afluência às urgências e tememos o impacto que isso possa ter”.
“A responsabilidade é única e exclusivamente do Governo”, sinaliza.
A greve acontece cinco das depois de uma reunião com o Ministério da Saúde e nas vésperas de uma nova ronda negocial que começa na quinta-feira.
Para os médicos a proposta do ministro da Saúde de 500 euros para os profissionais que fazem urgência não é suficiente.
“O problema não é o bónus de 500 euros para quem faz urgência, o problema é o salário, que continua baixo e que o Governo teima em não dar um aumento que seja condigno. E, portanto, continua a empurrar-nos para uma situação em que temos de fazer muitas horas extra para podermos compor o salário”, diz a médica.
Os médicos têm protesto marcado para logo a tarde à porta do Ministério da Saúde e a Fnam espera uma grande presença não só de profissionais de saúde como de utentes.