Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
A Direção-Geral da Saúde (DGS) disse este domingo que, de acordo com os dados de que dispõe sobre a nova variante do coronavírus detetada no Reino Unido, tudo indica que esta pode não diminuir a eficácia das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19.
“As vacinas demonstraram ser capazes de induzir a produção de anticorpos protetores nos seres humanos contra várias regiões da espícula do vírus, pelo que, com base na opinião dos peritos do Reino Unido, não existem dados que sugiram a perda de eficácia das vacinas nesta nova variante”, explica a DGS, numa resposta escrita enviada à Lusa.
As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que, segundo a DGS, “apresenta “múltiplas mutações numa das proteínas do vírus (na proteína da espícula)”.
“Estas alterações podem estar associadas ao aumento da transmissibilidade do novo coronavírus. As mutações do vírus, que tornaram esta variante a dominante no Reino Unido, estão a ser acompanhadas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e pelas autoridades de saúde em Portugal”, acrescenta a nota.
A DGS refere que, “de acordo com a evidência disponível, a nova variante não parece não ter impacto na mortalidade por Covid-19”, embora a informação seja “insuficiente para que existam dados definitivos sobre a nova variante e o seu impacto na pandemia”.
“É esperado que com a transmissão contínua de um vírus RNA ocorram processos de evolução e adaptação, como é o caso do SARS-CoV-2. A maioria das mutações não aumenta o risco para o ser humano. No entanto, algumas mutações ou combinações de mutações podem fornecer ao vírus uma vantagem seletiva, como o aumento da transmissibilidade ou como uma maior capacidade de evadir à resposta imune do hospedeiro, frisa a DGS, sobre a nova estirpe que acelera a transmissão do vírus até 70%.
A autoridade de saúde lembra ainda que, de uma forma geral, “os vírus mudam constantemente por meio de mutações, pelo que o surgimento de uma nova variante é uma ocorrência esperada, não sendo um motivo de preocupação por si só”.
“O impacto desta nova variante na sensibilidade e especificidade dos testes laboratoriais utilizados para o diagnóstico de Covid-19 está ainda a ser analisado, mas a Orientação 015/2020 da DGS recomenda a utilização de pelo menos dois alvos distintos do genoma para o diagnóstico laboratorial por RT-PCR, por precaução, para acautelar este tipo de situações”, termina a resposta enviada pela Direção-Geral da Saúde.
Diversos países europeus, incluindo Países Baixos, Bélgica, Itália, França e Alemanha, suspenderam hoje voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido.
O Governo português também restringiu a entrada no país de passageiros de voos provenientes do Reino Unido a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal, anunciaram hoje os ministérios da Administração Interna e da Saúde.
Os Estados-membros da União Europeia (UE) vão reunir-se de emergência na segunda-feira para discutir a nova variante do SARS-Cov-2, visando coordenar as respostas comunitárias, anunciou hoje o porta-voz da presidência alemã da UE, Sebastian Fischer.
Segundo os cientistas britânicos, a nova estirpe parece ser responsável pelo aumento preocupante das infeções em Londres e em vários condados do sudeste e leste da Inglaterra, tendo obrigado a confinar mais de 20 milhões de pessoas.
O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.401 mortes.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
[notícia corrigida pela agência Lusa às 23h12]