O Presidente brasileiro disse que, caso decida receber a vacina contra a Covid-19, será o "último brasileiro" a ser imunizado, frisando que esse é o "exemplo que um chefe deve dar".
"Há uma discussão agora, se eu vou vacinar-me ou não. Eu vou decidir. O que eu acho? Eu já contraí o vírus. Eu acho que o que deve acontecer é: depois que o último brasileiro for vacinado, se sobrar uma vacina, então eu vou decidir se me vacino ou não. Esse é o exemplo que um chefe deve dar. Igual ao quartel. Geralmente o comandante é o último a se servir. É o que dá exemplo a todos", disse Jair Bolsonaro na sua habitual transmissão semanal na rede social Facebook.
O chefe de Estado, de 66 anos e um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia em todo o mundo, chegou a dizer publicamente que não iria receber a vacina contra o SARS-Cov-2, afirmando que pode provocar efeitos secundários, posição que provocou receio em algumas parcelas da sociedade.
Segundo informações oficiais, 18,5 milhões de doses de vacinas já foram aplicadas até ao momento no Brasil, num plano que avança lentamente, devido a dificuldades que o executivo brasileiro enfrenta na sua aquisição.
Novo medicamento para tratar a Covid-19?
Na sua transmissão em vídeo de quinta-feira, o chefe de Estado mostrou-se esperançoso com um novo medicamento para o tratamento da Covid-19.
"Já chegou à Anvisa [órgão regulador do Brasil] a proxalutamida. É um medicamento que é desenvolvido conjuntamente com os Estados Unidos. Não é só nosso não, está? Em conjunto com os investigadores americanos, de modo a que tenhamos então, mais cedo ou mais tarde, um remédio eficaz para combater a covid-19", informou o governante, que desde o início da pandemia tem defendido o uso de fármacos sem eficácia comprovada contra a doença, como hidroxicloroquina.
Bolsonaro negou ainda na quinta-feira que faltem no país camas de unidades de terapia intensiva (UTI), contrariando vários órgãos de saúde e hospitais que dão conta de um colapso hospitalar em vários estados.
O Presidente voltou a criticar medidas de isolamento social para travar a disseminação do vírus. “O meu Exército brasileiro não vai sair às ruas para prender as pessoas ou não vai impedi-las de trabalhar”, reforçou, lançando duras críticas a governadores e prefeitos que decretaram confinamento obrigatório em várias regiões.
O Brasil, que atravessa o momento mais crítico na pandemia, totaliza 325.284 óbitos e 12.839.844 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.