A Arábia Saudita organiza, a partir deste sábado, uma reunião de conselheiros de segurança nacional e representantes internacionais sobre o conflito na Ucrânia, com o objetivo de restabelecer uma "paz justa" com base na 'Fórmula para a Paz' ucraniana.
Segundo um comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial saudita, SPA, o encontro de dois dias na cidade de Jidá insere-se "nas iniciativas e esforços humanitários do príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman", e dos contactos que estabeleceu "com as autoridades russas e ucranianas desde os primeiros dias da crise" desencadeada pela invasão da Ucrânia por forças russas, em fevereiro de 2022.
Além disso, adiantou a mesma fonte, Bin Salman manifestou a sua vontade de “contribuir para alcançar uma solução que conduza a uma paz duradoura” e de “mitigar os efeitos da crise e as suas repercussões humanitárias” através da “troca de pontos de vista, coordenação e debate a nível internacional” sobre formas de resolver a crise ucraniana através de canais diplomáticos e políticos.
A reunião contará com a participação de assessores de chefes de governo e representantes diplomáticos para abrir caminho para uma cimeira que Kiev espera organizar neste outono em torno da 'Fórmula da Paz' do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
A reunião de Jidá surge na sequência de outra realizada em junho, em Copenhaga, entre representantes da Ucrânia, Estados Unidos, países europeus, Brasil, Índia, Turquia e África do Sul e sobre a qual foram divulgadas poucas informações.
A Rússia manifestou já a sua veemente oposição ao encontro de dois dias, que classificou mesmo de tentativa ocidental para criar um bloco anti-Moscovo.
O evento reunirá altos funcionários de até 30 países, muitos deles ocidentais, e também participarão Brasil e Índia, entre outras potências.
Confirmada a participação da China
Depois de alguma hesitação, a China confirmou a sua presença na sexta-feira, aumentando significativamente o relevo do encontro.
Na sexta-feira, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, afirmou que a participação da China é um "grande avanço".
"Queremos que a China participe na cimeira da 'Fórmula para a Paz'. A notícia de que a China vai enviar Li Hui a Jidá é um grande avanço", afirmou Kuleba, citado pela agência noticiosa Interfax, que destacou o “papel importante” desempenhado pelo príncipe herdeiro saudita.
"A Arábia Saudita atraiu a China, e esta é uma vitória histórica", afirmou Kuleba.
Li Hui, na qualidade de enviado especial de Pequim, já percorreu várias capitais em busca de apoio para o plano de paz da China para a Ucrânia.
No entanto, um porta-voz da Casa Branca reiterou que a reunião de Jidá não será uma "negociação de paz" e que Washington, que estará representado pelo conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, não espera "resultados tangíveis".