As mulheres entre os 65 e os 74 anos são os idosos que mais sofrem de violência, e as agressões acontecem tendencialmente em casa, às mãos dos cônjuges.
Os dados apresentados esta sexta-feira pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), com base nos mais de 10,300 processos de apoio a vítimas idosas nos sete anos entre 2013 e 2020 mostram ainda que o crime mais comum é a violência doméstica, com 79,9% do total.
O número de casos com que a APAV lidou têm crescido ao longo dos anos, com exceção para uma ligeira diminuição entre 2016 e 2018. Os anos de 2019 e 2020 registaram subidas bruscas e os dados mais recentes, relativos ao ano passado, são de 1814 casos de violência contra idosos.
Do total ao longo dos sete anos, 6199 vítimas, ou 73,29%, foram mulheres e apenas 2146 foram homens, com as idades. Em todos os anos o maior número de vítimas tinha entre 65 e 69 anos, seguido da faixa etária dos 70 aos 74. Para 2020, no conjunto, estas duas faixas etárias compreendem perto de 50% do total.
Trata-se, por isso, sobretudo de idosos que ainda residem em casa, acompanhados em muitos caos por cônjuges ou outros familiares, sendo que os dados da APAV confirmam que os filhos e o cônjuge são, na maior parte dos casos, os agressores, com 36,7 e 26,6% respetivamente.
No que diz respeito ao perfil dos agressores, cerca de dois terços são do sexo masculino, com as mulheres a representar 27,39%. Há perto de 8% dos agressores sobre os quais não existem dados.
A APAV acrescenta ainda que a maior parte dos casos de violência para os quais existem dados prolongaram-se entre 2 e 6 anos.