Autarca de Loures preocupado com plano de mobilidade do Governo para a JMJ
29-06-2023 - 07:05
 • Tomás Anjinho Chagas , Helena Pereira (Público)

Ricardo Leão, autarca do PS em Loures, diz acompanhar a "preocupação" de Carlos Moedas por causa do plano de mobilidade da JMJ (que só é apresentado em julho). Loures deve gastar menos do que o inicialmente previsto.

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, também está "preocupado" com o facto de o plano de mobilidade da Jornada Mundial da Juventude só ser entregue em julho, como tinha avançado a Renascença.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do Jornal Público, o autarca eleito pelo PS assume que

Loures é um dos concelhos que mais peregrinos vão receber durante a JMJ. O presidente da Câmara de Lisboa dizia na semana passada estar preocupado com o facto de ainda não haver plano de mobilidade, que é da responsabilidade do Governo. Partilha a preocupação com Carlos Moedas?
Tenho obviamente que partilhar dessa preocupação. Houve uma reunião há muito pouco tempo e [foi assumido que] o plano para a mobilidade só estará pronto em Julho.

Porquê?
Porque ainda há dificuldades de articulação com um conjunto de entidades.

O que é que está a ser mais difícil?
Não sei, não compete à Câmara de Loures coordenar esse trabalho. Se me pergunta se isso é uma preocupação, claro que é. O plano de segurança vai estar pronto até dia 15 de Julho, mas esse não me preocupa tanto.

A autarquia comprometeu-se com um investimento de 10 milhões na JMJ. Irão mais além?
Já estão comprometidos 7,5 milhões. Não acredito que ultrapasse os dez, ficaremos abaixo disso.

O que falta fazer, a um mês do evento?
Loures é o concelho por onde vão passar as pessoas da Amadora, de Mafra, Odivelas. Em Loures, vamos alojar cerca de 20 mil peregrinos em pavilhões desportivos, escolas, colectividades.

Temos cerca de 200 famílias de acolhimento, que vão receber cerca de 400 peregrinos, mas o que nos preocupa mais é que estamos a falar de um espaço, de 50, 60 hectares, onde previsivelmente teremos 700, 800 mil pessoas. Como é que elas se vão deslocar entre os vários eventos? Isso preocupa-nos a nós, a qualquer presidente de câmara, à própria Fundação JMJ.

Corremos o risco de o evento começar sem que os jovens consigam lá chegar?

Eu não quero acreditar nisso. Tipicamente o português é assim. Estou preocupado, mas não alarmado. Mas o que preocupa mais é as deslocações [dos peregrinos entre os vários eventos], os pontos onde os autocarros vão ficar estacionados e como será a mobilidade das pessoas que trabalham nessa semana e que precisam de usar os transportes públicos ou a sua viatura. É essa compatibilização que está em discussão.

[Esta é a segunda parte da entrevista de Ricardo Leão ao Hora da Verdade. Pode ler a primeira parte aqui, onde o autarca de Loures critica o ministro da Saúde por causa do Hospital Beatriz Ângelo. E pode ler a terceira e última parte neste link, onde Leão sugere que António Costa vai remodelar o Governo quando menos se esperar.]