A descida do nível das águas do rio Amazonas revelou, no início desta semana, vários rostos esculpidos em rochas. Alguns já tinham sido avistados após outro período de seca, mas desta vez mais rostos ficaram a descoberto.
Segundo a Reuters, estas esculturas rupestres terão entre mil e dois mil anos e foram encontradas numa zona rochosa, onde os indígenas afiavam as suas flechas e lanças, muito antes da chegada dos europeus ao Brasil.
Esta zona fica no Ponto de Lajes, na margem norte do rio Amazonas.
As esculturas foram vistas pela última vez em 2010, mas a seca deste ano foi mais severa. Em entrevista à Reuters, o arqueólogo Jaime de Santana Oliveira explica que o nível das águas do Rio Negro, maior afluente do Amazonas, desceu 15 metros desde julho.
Oliveira diz que, em consequência dessa descida, "desta vez encontrámos não apenas mais esculturas, mas a escultura de um rosto humano cortado na rocha".
De acordo com a BBC, o Governo brasileiro atribui esta descoberta à seca, às alterações climáticas e ao fenómeno El Niño. Estes eventos meteorológicos fizeram com que a precipitação registada fosse menor do que o habitual, atingindo valores historicamente baixos no norte do Amazonas.