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A Ordem dos Médicos defende uma reavaliação do período de isolamento para casos de infeção por Covid-19.
Atualmente, esse período estabelecido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) é de 10 dias, mas Miguel Guimarães defende uma redução para, apenas, sete dias.
Em entrevista à Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos considera que “faz todo o sentido que façamos aquilo que outros países já fizeram, encurtando para sete dias, com testagem, de modo a assegurar que o próprio e as pessoas com quem o próprio vai contactar ficam tranquilas”.
O bastonário acrescenta que esta alteração às regras não só “é possível” como “é desejável, porque isto tem um impacto grande no absentismo laboral e, por outro lado, na vida das pessoas e no combate à pandemia. É uma situação que a Direção-Geral da Saúde devia ter reavaliado e ainda não o fez”.
O apelo de Miguel Guimarães surge, precisamente, no dia em que o Governo Regional da Madeira decidiu reduzir para cinco dias o isolamento de assintomáticos e de contactos.
O bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães aprova a decisão e lembra que a região autónoma “esteve sempre um passo à frente” do Continente na adoção de medidas de prevenção e combate à pandemia.
Exemplo disso, diz Miguel Guimarães, é “o uso obrigatório de máscara em espaços fechados e espaços abertos. Se formos ver o historial, a Madeira está sempre um passo à frente e, quando falamos de uma pandemia, a capacidade de antecipação é extraordinariamente importante”.
Reforçar a imunidade dos mais vulneráveis
Noutro plano, o bastonário da Ordem dos Médicos diz ser urgente a administração das doses de reforço da vacina contra a Covid-19 nos grupos de maior vulnerabilidade, em particular a população acima dos 65 anos.
“Fala-se muito das crianças e estamos a vacinar grupos completamente díspares. Continuamos a ter 15% das pessoas com 65 ou mais anos de idade que ainda não fizeram a dose de reforço. Se formos ver as pessoas com mais de 70 anos, são mais de 230 mil” que ainda não receberam a terceira dose da vacina contra o SARS-CoV-2.
Assintomáticos acompanhados fora do SNS
Miguel Guimarães defende, ainda, uma reavaliação de critérios e de recursos no seguimento de doentes em ambulatório.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, não faz sentido a utilização de médicos de Medicina Geral e Familiar no acompanhamento telefónico, o chamado Trace Covid.
“Os médicos de família precisam de fazer a sua atividade habitual, porque, para os doentes não Covid, a principal porta de entrada são os cuidados de saúde primários e é fundamental que os médicos de família estejam libertos desta função”.
Para Miguel Guimarães, essa tarefa poderia ser exercida por outro tipo de médicos, nomeadamente no setor privado e social.
“As pessoas que testam positivo à Covid e não têm grandes sintomas deviam ter uma linha própria para se poderem dirigir no caso de haver um agravamento de sintomas e não estarem a ser seguidas diariamente”, conclui.