O Twitter removeu esta terça-feira da plataforma um vídeo de uma mulher ucraniana a ser violada por um migrante numa cidade italiana, publicado pela líder da extrema-direita, Giorgia Meloni, que continua à frente na corrida às eleições legislativas de setembro.
Meloni fez a publicação no domingo à noite, recorrendo a um vídeo com pouca nitidez, originalmente divulgado por um jornal online, para dizer que não podia ficar em silêncio face a "este episódio atroz de violência sexual".
O tweet foi amplamente condenado pelos rivais políticos de Meloni, bem como por ativistas de Direitos Humanos, sob acusações de estar a piorar a miséria da vítima ao partilhar o vídeo sem o seu consentimento.
Esta terça-feira de manhã, a publicação foi removida da rede social, sendo substituída por uma mensagem do Twitter: "Este tweet viola as regras do Twitter."
Não houve reação imediata de Meloni.
Ontem, a líder do Força Itália tinha reagido às críticas via Twitter, dizendo que decidiu partilhar o vídeo "para expressar solidariedade para com a vítima, condenar o que acongteceu e obviamente exigir justiça".
As autoridades da cidade de Piacenza explicaram que a mulher ucraniana de 55 anos vista no vídeo foi sexualmente agredida no chão da rua na madrugada de domingo por um requerente de asilo da Guiné. A polícia confirma que o suspeito foi detido e que detido ficará enquanto decorrer a investigação.
O ataque foi filmado a partir de um apartamento com vista para a rua onde a mulher foi violada. Outras imagens posteriormente divulgadas online também são pouco nítidas, tornando impossível identificar a vítima, sendo contudo audíveis os seus pedidos de socorro.
As autoridades italianas adiantaram já que também estão a investigar como é que o vídeo foi divulgado. "A disseminação nos media de vídeos que mostram este episódio criminoso está a ser investigada a fundo", disse a procuradora de Piacenza, Grazia Pradella.
O organismo estatal responsável pela proteção de dados também disse estar a investigar "possíveis responsabilidades por parte das pessoas que, por várias razões e com diferentes objetivos, publicaram [o vídeo]".
Meloni e os seus aliados de extrema-direita continuam a liderar as sondagens a um mês das eleições antecipadas, marcadas para 25 de setembro. Com o seu Irmãos de Itália em rota para conquistar a maioria dos assentos no Parlamento, Giorgia Meloni segue à frente na corrida ao lugar deixado vago por Mario Draghi.