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O presidente do Banco Alimentar do Porto está a registar um grande aumento de pedidos de ajuda.
"Há um aumento brutal de pedidos de ajuda individual"., avança à Renascença o presidente da instituição, António Cândido da Silva.
"Estamos a receber diariamente mais de 60 pedidos de ajuda individual", quando "os pedidos não passavam de 40 por ano”.
Nas palavras do presidente do Banco Alimentar do Porto “há pessoas que ficaram sem qualquer espécie de rendimentos” por causa da pandemia, pessoas que “não estavam habituadas a ter fome e que neste momento estão com fome”, por causa “do desemprego, do 'lay-off' ou de empregos precários”.
O “aumento brutal” de pedidos de ajuda estende-se às instituições. António Cândido da Silva diz que “o banco alimentar do Porto dá apoio a 300 instituições” e que só para se ter uma ideia da brutalidade do fenómeno “nós temos 180 em lista de espera para serem apoiadas mensalmente pelo banco alimentar”.
O Banco Alimentar do Porto tem conseguido corresponder aos pedidos individuais. O seu presidente diz que depois de feita “uma primeira triagem, o carenciado é encaminhado para uma instituição mais próxima da sua zona residencial”.
"As instituições começam a receber mais cabazes porque também têm que ajudar estes novos carenciados”, refere António Cândido da Silva.
Diocese colabora em campanha de recolha
Por causa destes números, mas, sobretudo, porque não foi possível fazer a campanha presencial de final de Maio, o Banco Alimentar do Porto vai contar com o apoio da Diocese do Porto para realizar uma recolha de alimentos no final deste mês.
"Como sabem, a campanha que era para se fazer em final de maio não foi feita e não foi feita porque nós não podemos pôr em perigo a saúde dos cerca de 3.500 voluntários que estavam nos supermercados”, e por isso “o Banco Alimentar do Porto tem que se reinventar”.
“Nós temos que assegurar as carências alimentares das 300 instituições que apoiamos e também destas pessoas que nos pedem ajuda”, sublinha António Cândido da Silva.
Nesse sentido, foi feito o pedido à Diocese do Porto para que “através das suas paróquias, faça um apelo para que no dia 27 e 28 de junho os paroquianos possam dar uma ajuda”.
O lema é "um saco de alimentos por cada pessoa". “Se cada paroquiano der um saco de alimento, isto matará muita fome a muita gente”, diz o presidente do Banco Alimentar do Porto.
Os Bancos Alimentares são Instituições Particulares de Solidariedade Social que lutam contra o desperdício de produtos alimentares, encaminhando-os para distribuição gratuita às pessoas carenciadas.
A ação dos Bancos Alimentares assenta na gratuitidade, na dádiva, na partilha, no voluntariado e no mecenato. Os Bancos Alimentares recolhem e distribuem várias dezenas de milhares de toneladas de produtos e apoiam ao longo de todo o ano, a ação de instituições em Portugal.