O Ministro das Migrações grego prometeu que ainda hoje serão tomadas "as ações necessárias" para que os grupos vulneráveis que ficaram desabrigados após o incêndio no campo de migrantes de Moria, em Lesbos, tenham onde dormir. Estimativas apontam para que 80% do recinto interno tenha sido destruído.
“Durante o dia, serão realizadas todas as ações necessárias para o alojamento imediato dos vulneráveis e suas famílias, em espaços especialmente concebidos”, afirmou o ministério num comunicado.
Em declarações à rádio privada Skai, Notis Mitarakis disse que estas pessoas irão dormir ou num dos três navios que estão a ser preparados para os receber ou em tendas trazidas de outras ilhas.
Um porta-voz da Marinha grega, no entanto, disse à agência de notícias EFE que no momento os dois navios militares designados para tal tarefa ainda estão no porto de Rafina, no continente, esperando ordem de zarpar para Lesbos.
A terceira embarcação, um ‘ferry’ comercial, já está ancorado em Sigri, no noroeste de Lesbos, esperando que os refugiados sejam transferidos do campo de migrantes de Moria para aquela localidade.
A experiência mostra que, após os navios aportarem, o processo de embarque é longo.
Após o incêndio na noite de terça-feira no campo de migrantes de Moria, novas frentes de fogo foram desencadeadas na tarde de quarta-feira, destruindo quase tudo o que restou no local.
Milhares de refugiados ficaram expostos na madrugada ao mau tempo que se fez sentir na Grécia, à espera de transferência das instalações destruídas pelo incêndio.
Muitas famílias pernoitaram nas estradas que rodeiam o campo, com mais de 13 mil pessoas.
De acordo com a imprensa local, as forças policiais delimitaram com cordas o perímetro exterior do campo para evitar que os refugiados se deslocassem para a cidade de Mitilene, tendo utilizado granadas de gás lacrimogéneo para travar as tentativas de fuga.
De acordo com informações do Governo de Atenas, o grande incêndio destruiu 80% do recinto interno do campo de Moria, tendo 3.500 pessoas ficado desalojadas, sendo que as restantes já viviam em tendas num olival.
O centro de acolhimento encontrava-se sob quarentena depois de terem sido detetados 35 casos de contaminação de Covid-19.
O incêndio começou depois de os contágios terem sido anunciados pelas autoridades.
O Governo acredita que o fogo foi provocado.