Ex-procurador detido enfrenta primeiro interrogatório judicial
24-02-2016 - 08:13

Orlando Figueira foi detido numa operação que envolveu também buscas em bancos, domicílios e escritórios de advogados. É suspeito de corrupção e branqueamento.

Orlando Figueira vai ser presente, esta quarta-feira, a uma juíza de instrução criminal para um primeiro interrogatório judicial. O ex-procurador foi detido pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção passiva e activa, branqueamento de capitais e falsidade informática, no âmbito da operação “Fizz”.

Este antigo procurador arquivou o inquérito em que era visado o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. De acordo com a imprensa, Orlando Figueira é suspeito de ter recebido, em 2011, elevadas quantias com origem na Sonangol, então liderada por Manuel Vicente. O jornal “i” fala de alegadas "luvas" de 300 mil euros. Já o “Correio da Manhã” diz que terá recebido um milhão.

Aquando da saída de Orlando Figueira para o sector financeiro privado, o então presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma, defendeu que o Procurador-geral da República e o Conselho Superior do Ministério Público se deviam pronunciar sobre o caso do procurador do processo "BES Angola", que abandonava o DCIAP para ir trabalhar para um banco.

A procuradora-geral da República escusou-se a comentar a detenção de Orlando Figueira, alegando não comentar casos concretos e remetendo para o comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR). "Tudo aquilo que vier a acontecer nos próximos momentos, que se considere importante por parte do Ministério Público ser divulgado, sê-lo-á pelo meio próprio", acrescentou Joana Marques Vidal, que falava à imprensa à margem da inauguração das novas instalações do Tribunal Central Administrativo do Sul, em Lisboa, na terça-feira.

Numa nota à imprensa, a Procuradoria-Geral da República (PGR), indicou que o Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) realizou realizar buscas a domicílios, a escritórios de advogados e a instituições bancárias, nas quais participavam onze procuradores da República, oito juízes e seis dezenas de elementos da Polícia Judiciária.