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A associação ambientalista Zero não tem dúvidas e “vê com bons olhos” o aproveitamento da base aérea do Montijo para um aeroporto que complemente a Portela.
Em declarações à Renascença, Carla Graça sublinha que a opção deve ser plenamente justificada e comparada com a opção de construção de um aeroporto de raiz em Alcochete. Contudo, à partida, a ambientalista entende a “solução Montijo como provavelmente a melhor em termos de custos e adaptação às expectativas do mercado”.
A Zero identifica algumas questões críticas, desde logo o facto de a base aérea estar inserida na reserva natural do Tejo, lembrando que é um local de refúgio de aves, muitas com estatuto vulnerável de conservação, e é zona de migração. Uma situação que “coloca questões de conservação da natureza e de risco de segurança para a operação aeronáutica”.
A ambientalista alerta ainda para questões de ordenamento do território, sobretudo para um eventual quadro de especulação que obriga a estudos aprofundados do Governo.
Particular atenção, diz Carla Graça, deve merecer a questão do ruído e da qualidade do ar. A ambientalista adianta que a “utilização das pistas actuais terá sobretudo impacto na Baixa da Banheira, lembrando ainda a necessidade de acautelar estudos sobre futuras acessibilidades”. “É necessário aferir impactos de toda a solução”, reforça.
Apesar de tudo, a ambientalista da Zero sublinha que “Montijo poderá ser a melhor solução ao nível da poupança de recursos e pelo facto de se poder fasear a instalação com adaptações à medida das necessidades”.