Na homília da Missa da Solenidade do Natal do Senhor, D. Manuel Clemente lembrou que “precisamos de ouvidos para ouvir deveras o que Deus nos diz no Natal de Cristo”, e pediu por isso para que “rezemos para que assim suceda também com a multidão de jovens de todo o mundo que virão a Lisboa na próxima Jornada Mundial da Juventude”.
“Rezemos para que vivam dias tão preenchidos com a experiência de Cristo Vivo, que depois lhes defina a existência inteira e aonde forem”, exortou.
A reflexão do cardeal-patriarca incidiu na Carta aos Hebreus e em particular na frase "Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo.".
D. Manuel Clemente lembrou que, “bem vistas as coisas, cada tempo é do tamanho da palavra que o preenche”, e que “palavras ocas dão tempos vazios e mesmo perda de tempo”.
Depois o prelado citou o Papa Francisco que “tem insistido” que “é justo e necessário reconhecer que Deus não está ausente de tudo quanto existe de mais autêntico nas várias tradições humanas”.
Na missa do Galo, também na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca voltou a alertar para conflito na Ucrânia e para «situações de guerra surda».
Apelando à redescoberta do “essencial”, na celebração do Natal; D. Manuel Clemente afirmou estar convicto “de que agora mesmo, neste ano da graça de 2022, o Natal está a ser muito especialmente vivido por quem se preocupa com os outros e os acompanha e protege. Seja em situações de guerra aberta, como acontece na devastada Ucrânia e noutras partes do mundo; seja em situações de guerra surda, que endurece os corações onde tudo afinal começa, ou se resolve”,
“Seja como for, o Natal acontecerá de verdade onde houver quem se disponha a cuidar de quem precisa”, acrescentou D. Manuel Clemente.
O Cardeal-Patriarca alertou para o risco de “viver exteriormente” a quadra natalícia, “distraídos do essencial” e sem “vislumbrar o presépio” e deixou votos de que a celebração de Natal leve a uma atitude de atenção concreta, “alargando o cuidado daqueles pastores de antanho pelos rebanhos que ali guardavam, noite adentro”.