Trinta mil novos casos acumulados em dois meses podem resultar em 1.200 internamentos e 300 infetados nos cuidados intensivos em simultâneo. O quadro é semelhante ao pico de Covid-19 em abril e, embora permita alguma folga na taxa de ocupação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), é a barreira que os peritos aconselham não ultrapassar.
Uma semana depois da primeira fase da reativação económica estar em marcha, uma segunda onda de contágio é possível. O número de infetados depende de vários fatores, desde logo, as alterações de comportamentos dos cidadãos.
Nos próximos dias os peritos voltam a apresentar ao governo os vários exercícios de simulação. Entre os indicadores seguidos de perto estão a deteção diária de novos casos, a velocidade de transmissão do vírus, consultas em cuidados primários, internamentos, mortes e idade dos doentes. O Rt (contágios médios por caso infetado) deverá baixar porque o distanciamento e uso de máscara são medidas para diminuir o risco.
São estes os ‘sinalizadores’ que os especialistas não perdem de vista numa altura em que todos os sinais da primeira semana de desconfinamento ainda são inconclusivos e os planos e calendarizações de reabertura da economia estão ainda dependentes da dinâmica dos indicadores epidemiológicos.
José Ribeiro e Castro, advogado e antigo líder do CDS, Nuno Botelho, empresário e presidente da Associação Comercial do Porto, e Ana Sofia Carvalho, professora de bioética na Universidade Católica Portuguesa, debatem os efeitos da Covid-19, a semana política nacional e o papel da China na pandemia do novo coronavírus.