"Não assinamos cheques em branco", protestam trabalhadores da Museu e Monumentos
16-12-2024 - 13:05
 • Maria João Costa

Concentrados à porta do Governo, os trabalhadores da Museus e Monumentos EP admitem continuar o protesto que começaram em maio. Apesar de terem sido recebidos pela ministra da Cultura na sexta-feira admitem prolongar o protesto

À frente da concentração de trabalhadores junto à sede do Governo, em Lisboa, está uma pequena árvore de Natal feita de presentes. Os embrulhos são para entregar, em jeito de presente de Natal, à ministra da Cultura pelos trabalhadores da Museus e Monumentos, Entidade Pública Empresarial.

Nas caixas vão as reivindicações destes trabalhadores que estão em protesto desde maio e prometem continuar. “Querem ver as suas carreiras valorizadas”, aponta o sindicalista Orlando Almeida, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, à Renascença.

Estes trabalhadores vivem “graves problemas como a falta de pagamento de horas extraordinárias”, indica Orlando Almeida. Segundo este sindicalista, uma das questões tem também a ver com o pagamento do trabalho aos feriados.

As reivindicações têm sido públicas desde maio, altura desde a qual este protesto tem levado ao encerramento de museus e monumentos como o Mosteiros dos Jerónimos ou a Fortaleza de Sagres, entre outros.

Face a esta situação, o ministério da Cultura recebeu na última sexta-feira os representantes dos trabalhadores. Orlando Almeida estranha que só na véspera deste protesto à porta do Governo tal encontro tenha acontecido.

“Nunca conseguimos chegar à fala com a ministra. Isso aconteceu a semana passada, com o objetivo provavelmente de desmobilizar os trabalhadores”, aponta.

Este sindicalista explica que “ficou em cima da mesa a possibilidade de a partir de janeiro entrar em negociações”. Contudo, os trabalhadores da Museus e Monumentos E.P.E. indicam: “Nós como não assinamos cheques em branco relativos aos direitos dos trabalhadores decidimos manter este protesto”, refere Orlando Almeida.

De bandeiras na mão, à porta da sede do executivo, e vigiados pela polícia, os trabalhadores da Museus e Monumentos admitem por isso “continuar a luta”.

Tudo vai agora “depender do que o Governo estiver para apresentar”, diz o sindicalista que aponta que não têm “garantia do que a ministra e a secretária de Estado têm em mente”. “Está tudo em aberto”, remata Orlando Almeida.