A Fertagus vai aumentar a capacidade no interior dos seus comboios, que ligam a margem sul do Tejo a Lisboa, e será também criado um novo horário para responder à elevada procura que resultou dos novos passes, disse à Renascença a administradora-delegada da empresa.
Perante as críticas dos utentes, Cristina Dourado reconhece que não era esperado um crescimento tão rápido da procura, a rondar em média os 20%, e lembra que não se compram comboios do dia para a noite.
“Neste momento, toda a oferta que temos está em circulação e agora não chega. E um comboio não se compra num ano. Temos um conjunto de medidas que julgamos que, nesta primeira fase, permitirá dar resposta aos crescimentos de procura que se venham a verificar. Aumentar a capacidade no interior dos comboios vai permitir-nos acomodar mais clientes e, simultaneamente, estamos a trabalhar num novo horário que irá permitir reforçar algumas situações pontuais, alguns comboios simples que vamos tentar fazê-los duplos”, explica Cristina Dourado.
A garantia da Fertagus foi dada depois de a Renascença ter constatado que aumentou, substancialmente, o número de passageiros desde a redução do custo dos passes sociais.
Carlos Vinagre, um utente habitual da Fertagus, afirma que “os comboios passaram a ir um pouco mais completos. Vai muito mais gente, sem dúvida”.
A ideia de que os comboios vão sempre cheios é reforçada por Maria João Pimenta. “Quando chegamos aqui, às 7h23, os lugares já são poucos. Chegando à próxima paragem, já não há lugares para ninguém. Vamos em pé”, conta.
Face à procura, estará a Fertagus a dar a resposta adequada. Júlio Pimenta, que voltou a ser utente empresa com os novos passes, acha que não. “Podiam dar uma resposta mais favorável aos utentes pondo nas horas de ponta oito carruagens em vez de quatro”, sugere.