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O primeiro-ministro disse esta quarta-feira à noite que “com certeza” que o Governo cometeu erros na forma como lidou com a pandemia, mas não foi capaz de identificar nenhum em particular, para além de admitir ter havido problemas ao nível da comunicação, por as pessoas não terem compreendido bem a gravidade da situação que ele tentou transmitir.
Questionado sobre as medidas que foram adotadas para o Natal, e que coincidem com a maior propagação do vírus, Costa disse que as decisões faziam sentido à luz dos dados que tinham e culpou a variante inglesa da Covid.
“Houve uma confluência entre a variante inglesa e as regras para o período do Natal. Essa é a explicação que consigo encontrar, sei que não há consenso para identificar a razão precisa, mas há uma coisa que sabíamos: quando fixámos as regras Natal estávamos ainda num planalto, embora com números muito elevados. Estando no planalto, se a onda subisse seria maior. A confluência dessa variante inglesa, que na altura era desconhecida, precipitou estas consequências. Todos sabíamos que haveria dificuldades a seguir ao Natal”, reconhece.
“Olhando agora, diria que se tivéssemos tido conhecimento atempado da existência da variante inglesa o quadro para o Natal teria sido diferente e as medidas que entraram em vigor no dia 1 de janeiro teriam entrado em vigor no dia 26 de dezembro”, disse ainda António Costa no programa “A Circulatura do Quadrado”, na TVI24.
“É preciso ter em conta quando se soube dessa variante. Convém não esquecer que quando foram definidas o que tínhamos era uma greve de fome à porta da Assembleia da República, para aumentar o número de horas que os restaurantes podiam estar abertos”, sublinhou o primeiro-ministro, concluindo que “em 24 horas passámos de o Governo ser demasiado restritivo para o Governo ser demasiado laxista.”
António Costa nunca tentou minimizar a gravidade da situação, dizendo várias vezes que o estado do país não é mau, é péssimo, e quando questionado sobre o pior cenário possível, disse que já chegou.
“Cada pessoa que morre é o pior. E hoje é muito pior do que era há 15 dias. E vamos ter esta tensão mais umas semanas, seguramente, porque atingiremos um momento em que o número de novos casos, ou melhor, a variação diária vai começar a baixar. Só depois disso baixaremos o número de internamentos e só depois disso baixa o número de óbitos por dia.”
“Não vale a pena alimentar a ilusão de que não estamos a enfrentar o pior momento e que vamos continuar a enfrentar durante mais umas semanas. Disso estou seguro”, sublinhou.