A Austrália, os Estados Unidos e o Reino Unido alertam para uma ameça muito elevada de ocorrer um atentado no aeroporto de Cabul, no Afeganistão, quando milhares de pessoas continuam a chegar ao local para tentar fugir do país.
A CNN, que cita um responsável do departamento de defesa norte-americano, revela que por de trás deste aviso estão ameaças específicas de um grupo denominado ISIS-K: um inimigo declarado do movimento talibã, que acusam ser um grupo de liberais perigosos.
A emissora norte-americana diz que fontes relataram que o grupo quer “causar o caos” e desestabilizar os esforços dos talibãs para formar um governo. Segundo a informação recolhida, diversos bombistas suicidas estão a caminho de Cabul.
As pessoas que se encontram no aeroporto, sobretudo “nas entradas leste e norte devem sair imediatamente”, avisou o Departamento de Estado norte-americano.
“Se estiver na área do aeroporto, deixe-o para um lugar seguro e aguarde instruções adicionais. Se for capaz de sair do Afeganistão em segurança por outros meios, faça-o imediatamente”, indicou o Governo britânico.
Numa cimeira virtual do G7 sobre a crise no Afeganistão realizada na terça-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, rejeitou um pedido do Reino Unido e de outros países para prolongar o prazo da operação em Cabul.
Os talibãs opõem-se à alteração desse calendário e alertaram que a data de 31 de agosto é uma “linha vermelha” que não deve ser ultrapassada.
Talibãs vão permitir entradas e saídas?
A diplomacia alemã revelou ter recebido garantias dos talibãs, que assumiram o poder no Afeganistão, de que os afegãos poderiam deixar o país em voos comerciais depois da retirada das tropas norte-americanas, a 31 de agosto.
O chefe adjunto do gabinete político dos talibãs no Qatar, Sher Abbas Stanekzai, "garantiu-me que os afegãos com documentos válidos continuarão a poder viajar em voos comerciais depois de 31 de agosto", escreveu no Twitter um diplomata alemão que tem estado a negociar com os talibãs, Markus Potzel.
Citado pela AFP, Potzel apontou ainda que discutiu a "necessidade urgente" de existir um "aeroporto funcional em Cabul" como condição prévia para as organizações não governamentais e os diplomatas trabalharem no Afeganistão.
Os voos comerciais de e para Cabul estão interrompidos desde 15 de agosto, quando os talibãs chegaram à capital.
Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no passado dia 15 de agosto, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).