Pedro Vaz Patto, representante da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) na Comissão de Liberdade Religiosa, assegura que "não há nenhum motivo para associar a comunidade ismaelita a alguma forma de extremismo".
Em declarações à Renascença, no rescaldo do ataque que, esta terça-feira, provocou dois mortos e um ferido na sede dos ismaelitas em Lisboa, o juiz desembargador destaca que a comunidade rejeita "qualquer tipo de extremismo ou de uso da violência" e sublinha também o facto de ser uma comunidade “aberta ao diálogo interreligioso”.
O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) revela que mantém contacto com a comunidade ismaelita que "habitualmente convida a CNJP para participar em alguns dos seus eventos” e também através da Comissão de Liberdade Religiosa, "onde a comunidade ismaelita em Portugal também está representada”.
“Posso dizer que é uma comunidade aberta ao diálogo religioso e que rejeita qualquer tipo de extremismo ou violência e está plenamente integrada na sociedade portuguesa, desde logo por haver um acordo entre o Estado português e a comunidade ismaelita, que tem semelhanças", explica Vaz Patto.
"Há mesmo alguma analogia com a Concordata entre o Estado português e a Igreja Católica. Este tipo de acordo está previsto na lei de liberdade religiosa e o único que existe até agora é com esta comunidade”, sublinha o responsável.
Neste contexto, o presidente da CNJP afirma que “não se pode de modo algum associar este acontecimento à comunidade ismaelita".
"Aconteceu com a comunidade ismaelita como poderia acontecer com qualquer outra. Não é certamente algo que possa responsabilizar esta comunidade. O que tenho a dizer é manifestar a minha solidariedade com a comunidade ismaelita, com os familiares das viítimas e toda a comunidade neste momento de particular sofrimento.”