A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza em 2023, em Lisboa, deverá ser um “levantar de âncora” de Portugal para o mundo inteiro, disse à Lusa o bispo responsável pela organização do evento.
Em Santiago de Compostela, na vizinha Espanha, onde marcou presença na Peregrinação Europeia da Juventude (PEJ2022), que termina hoje depois de ter arrancado na quarta-feira, Américo Aguiar disse que, tal como Portugal deu novos mundos ao mundo há 500 anos e evangelizou o mundo, também a JMJ2023 poderá e deverá ser um “levantar de âncora”.
“Será um acontecimento único e muito especial e urgente para um levantar de novo dos sonhos, projetos e vida da juventude do mundo inteiro que, nos últimos dois anos, se viu confinada em tantas geografias e realidades existenciais”, referiu o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
Quando falta um ano para a realização da jornada, Américo Aguiar não tem dúvidas de que esta será uma “mais-valia” para a igreja, o país e o mundo.
A Fundação JMJ Lisboa 2023 tem feito um esforço suplementar para “absorver e aprender o que é importante” para que o evento seja “totalmente positivo”.
Motivo pelo qual, esta semana, uma equipa da Fundação JMJ Lisboa 2023 esteve na PEJ2022 que funcionou, considerou, como uma espécie de “rampa de lançamento” para a jornada, dado ter sido o primeiro “grande encontro” europeu sem as limitações dos últimos dois anos devido à pandemia de covid-19.
No seu entender, a PEJ2022 foi uma “mini JMJ2023” e um “laboratório” para preparar Lisboa.
Além disso, Américo Aguiar agradece “todas as chamadas de atenção” para as fragilidades e problemas que vão surgindo.
“Tudo o que é dito e chamado à atenção tem sido escrutinado e levado a sério pela organização, pelas câmaras de Lisboa e Loures, pelo Governo e pela Presidência da República”, disse.
E já sobre como chamar os jovens para a igreja, o bispo auxiliar de Lisboa foi perentório em dizer que, tal, se consegue com testemunho, realçando a mobilização da juventude portuguesa em torno da peregrinação pelas dioceses dos símbolos da JMJ - a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani.
Os jovens estão disponíveis, defendeu, acrescentando que a igreja tem é de “descobrir a `password´ [palavra-passe] do `wifi´ dos jovens para estar conectados com eles”.
“Temos de acordar para a urgência de saber comunicar com os nativos digitais”, alertou o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
A JMJLisboa2023 vai decorrer de 01 a 06 de agosto do próximo ano na zona do Parque das Nações, em Lisboa, abrangendo também parte de território do concelho de Loures, num evento que conta com a presença do Papa Francisco e no qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo.