A Rússia anunciou hoje que só terminará a sua ofensiva na Ucrânia, iniciada há mais de quatro meses, quando as autoridades de Kiev e o exército ucraniano se renderem e aceitarem "todas as condições" russas.
"O lado ucraniano pode terminar [a guerra] dentro de um dia", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Para isso, segundo Peskov, basta as autoridades de Kiev ordenarem às "unidades nacionalistas" e aos soldados ucranianos que deponham as armas, e que "todas as condições estabelecidas pela Rússia" sejam implementadas.
"Então, tudo estará terminado num dia", disse o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, aos jornalistas em Moscovo.
Peskov reagia ao apelo do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos líderes do G7 para que tudo façam no sentido de a guerra terminar antes do final do ano, devido ao inverno rigoroso na Ucrânia.
Os líderes dos sete países mais industrializados (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União Europeia (UE) terminam hoje uma reunião em Elmau, no sul da Alemanha, que antecede a cimeira da NATO, em Madrid.
Segundo Peskov, não foi estabelecido qualquer prazo ou calendário do lado russo para pôr termo ao que Moscovo designa oficialmente como uma "operação militar especial" na Ucrânia.
"Somos guiados pelas declarações do nosso Presidente", disse.
Peskov assegurou novamente que "a operação militar especial está a decorrer de acordo com o planeado".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, acusando Kiev de alegado genocídio de populações de língua russa na região do Donbass (leste).
Inicialmente, a ofensiva atingiu as principais cidades do país, incluindo Kiev, mas a resistência das forças ucranianas levou a Rússia a rever as suas ambições e a concentrar-se no Donbass, onde se situam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.