A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou no final da semana que terminou as regras para os funerais de pessoas vítimas da covid-19. E salta a vista a retoma da norma que obriga "o caixão a manter-se sempre fechado, por não ser permitido tocar no corpo".
Há quase um ano, a 6 de fevereiro de 2021, a DGS escrevia o "reconhecimento visual do corpo" podia ser feito "por um familiar próximo" se a família o desejasse, e existirem condições para isso, “pode permitir-se a visualização do corpo”.
Agora, volta tudo à primeira forma. Isto apesar de no preâmbulo da norma, a DGS escrever que até à data, não há evidência de contágio e infeção pela exposição aos corpos de pessoas que morreram com SARS-CoV-2/COVID-19.
"De facto, a probabilidade de emissão de gotículas ou produção de aerossóis é inexistente no cadáver. No entanto, todos os profissionais de saúde ou outros, que manipulem ou preparem o corpo, devem usar Equipamento de Proteção Individual (EPI) apropriado, de acordo com as precauções básicas de controlo de infeção, nomeadamente luvas, bata ou avental impermeável descartável e máscara cirúrgica", lê-se.
Na nova norma em vigor lê-se também que na cerimónia fúnebre/funeral deve ser observado, sempre que possível, o distanciamento físico de segurança de um metro e meio entre pessoas, evitando qualquer contacto físico.
E ainda aconselhado que as pessoas dos grupos mais vulneráveis, tais como idosos, doentes crónicos, doentes imunodeprimidos e grávidas, assim como as pessoas com sintomas respiratórios agudos devem abster-se de participar em funerais.
A DGS aconselha ainda que numa mesma localidade ou cemitério, os funerais devem ser espaçados no tempo, para evitar aglomeração de pessoas e/ou paragens nos acessos.
Em declarações ao JN, Carlos Almeida, presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), considera que a "única" alteração da atualização é obrigatoriedade de a urna estar sempre fechada. Na maioria dos funerais, assegura, essa já era a prática recomendada, através de um caixão com um visor. No entanto, era um conselho que podia ser recusado. Ou seja, sublinhou, a DGS "veio dar-nos razão".
Com o aumento de número de casos em Portugal, agora situado acima das 50 mil infeções, também a mortalidade por covid-19 voltou a subir. Ainda assim muito longe dos piores registos desta pandemia há um ano, em janeiro de 2021.