Mais de 700 operacionais realizam trabalhos de consolidação e rescaldo nos dois incêndios que deflagraram no distrito de Vila Real. Ambos os fogos entraram já em fase de resolução, confirmação feita à Renascença por fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro.
O incêndio que deflagrou no domingo em Cortinhas, no concelho de Murça, mobiliza ainda 600 operacionais, apoiados por cerca de 200 viaturas.
Este fogo obrigou à retirada, por precaução, de centenas de pessoas das suas habitações e de cerca de 40 utentes de um lar de idosos.
Na segunda-feira, um casal de idosos foi encontrado morto, dentro de um carro carbonizado, numa área ardida, uma situação que aconteceu na única estrada de acesso à aldeia de Penabeice, concelho de Murça, e que está a ser investigada pela GNR.
No entender de Domingos Xavier Viegas, especialista em incêndios da Universidade de Coimbra, que esteve no local do incêndio pode ter havido um atraso na retirada das pessoas da linha de fogo.
De acordo com o presidente da Câmara de Murça, Mário Artur
Lopes, as chamas consumiram entre 10.000 a 12.000 hectares nos concelhos de
Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços.
Chaves avalia prejuízos e admite estado de calamidade
Também em trabalhos de prevenção de reacendimentos estão perto de uma centena de bombeiros, no concelho de Chaves, onde o incêndio que deflagrou na passada sexta-feira em Bustelo deixou um rastro de destruição em várias aldeias.
À Renascença, o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, adianta que vai ser seja uma avaliação dos prejuízos esperando que possa ser acionado o estado de calamidade com vista a minimizar os efeitos mais severos do fogo.
De acordo com o autarca, no concelho terão ardido cerca de seis mil hectares e cerca de uma dezena de casas.
O levantamento dos prejuízos vai contemplar todas as áreas afetadas.
“Seja no que diz respeito à parte florestal, seja no que diz respeito à parte agrícola, seja mesmo no que respeita também à dimensão patrimonial nas habitações que foram consumidas, seja nas explorações agrícolas”, explica o autarca.
O objetivo, esclarece, é “ter um retrato bastante fidedigno da dimensão dos danos e da sua extensão e também, naturalmente, daquilo que é a sua expressão financeira” para que “possa ser assinado o estado de calamidade, no sentido de que possam ser encontradas e encontrados instrumentos que possam mitigar e que possam, de alguma forma, compensar alguns dos danos mais severos”.
O Governo avalia esta quinta-feira o nível de alerta para os próximos dias em Portugal continental, devido ao tempo quente e risco de incêndios rurais.
A situação de alerta, nível de resposta mais baixo previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, está em vigor até ao final do dia de hoje.
De recordar que na terça-feira, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou que as previsões meteorológicas apontam para a subida da temperatura a partir de sábado e na ocasião remeteu uma nova avaliação para esta quinta-feira, sobre a manutenção ou o agravamento do nível.