A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta terça-feira ter registado 348 casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças de 20 países, não estando ainda definida a causa dessa doença.
A estes 348 casos prováveis juntam-se mais 70 casos adicionais que estão com "classificação pendente" por ainda não terem completado o despiste para hepatite A, B, C, D e E ou por estarem a aguardar a validação nos respetivos países, adiantou a especialista da OMS Philippa Easterbrook.
Em conferência de imprensa, a investigadora do programa global de hepatite da OMS adiantou também que os casos suspeitos já notificados à organização são provenientes de cinco regiões diferentes do mundo e que apenas seis países reportaram mais do que cinco casos cada de hepatite aguda em crianças.
Segundo Philippa Easterbrook, o aumento de casos prováveis em relação aos 228 detetados a 04 de maio justifica-se com a "natureza da vigilância que está a ser feita", uma vez que inclui os novos casos suspeitos, mas também os "casos históricos".
"Na última semana, houve importantes progressos com as investigações", que têm sido lideradas pelo Reino Unido, onde há a maioria de casos (163), adiantou ainda a especialista da OMS, ao avançar que os estudos têm incidido sobre a genética e a resposta imunitária das crianças e sobre vários vírus.
"No presente, a hipótese mais forte continua a envolver um adenovírus", afirmou Philippa Easterbrook, que admitiu também que a covid-19 merece também atenção nas investigações em curso para apurar a causa da hepatite aguda em crianças.
Na sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) contabilizava seis casos suspeitos de estarem incluídos no surto de hepatite infantil aguda identificado pela OMS, dos quais dois estavam ainda estão em investigação.
"Todas as crianças que têm sido identificadas como casos suspeitos têm tido uma evolução rápida, estão todas muito bem recuperadas", disse na ocasião aos jornalistas Paula Vasconcelos, do Centro de Emergências em Saúde Pública.
A DGS adiantou recentemente que estes casos de hepatite aguda têm sido detetados em crianças e jovens com idades que "variam entre um mês e 16 anos", sendo ainda "registada a necessidade de transplante hepático em cerca de 10% dos casos".