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António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, garante que Portugal não está a racionar a realização de testes, mas sim a racionalizar quem os deve realizar, numa altura em que o país conta com 2.362 casos confirmados pelo coronavírus.
"Todos estamos a falar a mesma linguagem. O primeiro-ministro diz que temos 'stock' de 30 mil testes por dia e temos. O país tem de racionalizar quem deve fazer estes testes. Se estamos a fazer dois mil testes por dia, é um valor superior ao que estamos a testar por dia. Não estamos a racionar os testes", diz.
Sobre os 30 mortos, o secretário de Estado diz que não sabe informações sobre as pessoas em questão: "Isso exige-nos um nível de detalhe que garantidamente vamos começar a ter. Esse nível de detalhe exige nível de recolha de informação muito mais exigente para o qual nos vamos preparando gradualmente. Temos de ter detalhe maior, não sei dizer quem são os 29 ]o secretário de Estado ainda não tinha os número atualizados] mortos, onde estão, em que concelho estão. A disparidade destes dados é enorme. A dificuldade dos próprios organismos existe. Os boletins estão á procura de um maior detalhe e os portugueses merecem esse detalhe".
Quem tiver sintomas será testado
Diogo Cruz, subdiretor-geral da Saúde, confirma um novo processo na realização dos testes. Qualquer pessoa que tenha o mínimo sintoma de coronavírus será testado.
"As normas vão alargar muito o número de testes que vamos passar a fazer. Até agora ligávamos os sintomas a uma área geográfica. Agora permite-se testes a todas as pessoas ao mínimo sintoma que apareça. Vamos massificar os testes para todos os que sejam sintomáticas. Os clínicos locais vão decidir quem querem testar de forma livre", explica.
Profissionais de saúde sem sintomas poderão a vir ser testados
O secretário de Estado explica que está a ser ponderada a possibilidade da realização de testes a todos os profissionais de saúde, mesmo os que não demonstram sintomas.
"Estamos a testar profissionais de saúde sintomáticos e estamos a ponderar alargar para profissionais assintomáticos, que podem ter tido contatos em cadeia com doentes Covid-19, assim como pessoas que trabalham em lares de idosos. Tudo isto terá de ser feito com suporte técnico e científico e a nossa capacidade de aquisição no mercado", diz.
Diogo Cruz explica que um primeiro teste negativo não implica que a pessoa não esteja infetada. "Isto pode dar falsa sensação de segurança, que só podemos ter no fim de 14 dias. A realização de testes a contatos enquanto as pessoas estão assintomáticas não nos dá qualquer garantia que a pessoa não esteja infetada", explica.
O subdiretor-geral da Saúde ainda não consegue confirmar se o vírus ficou mais agressivo quando chegou à Europa. "Ainda não consigo nem confirmar, nem desmentir. O Instituto Ricardo Jorge está a fazer a genotipagem dos casos em Portugal e acredito que em breve teremos uma resposta".