O Chega elogiou esta terça-feira algumas das iniciativas do PSD sobre redução fiscal, mas considerou que "falham no essencial", desafiando os sociais-democratas a posicionar-se sobre propostas como uma contribuição extraordinária sobre a banca ou redução de impostos nos combustíveis.
André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, cerca de uma hora depois de o PSD ter apresentado em conferência de imprensa as cinco iniciativas sobre redução fiscal que o presidente do partido, Luís Montenegro, anunciou a meio de agosto e que vão a debate parlamentar em 20 de setembro - quatro projetos-lei e um projeto de resolução.
O líder do Chega começou por dizer que não vai obstaculizar as iniciativas dos sociais-democratas (votando a favor de umas e abstendo-se noutras), considerando que algumas "têm um cariz positivo", mas entende que o pacote "falha no essencial", nomeadamente na habitação.
Ventura adiantou que o partido vai arrastar para o debate de dia 20 uma proposta do Chega que pretende uma "contribuição extraordinária sobre a banca de forma a que essa contribuição seja canalizada para pagar uma parte do crédito à habitação que as famílias estão a enfrentar", desafiando o PSD a "dizer sim ou não".
"Para nós não é aceitável que, quando a banca teve problemas, nós despejámos para lá centenas de milhões de euros e agora que a banca está a ter lucro, não sirva para pagar o crédito à habitação de centenas de milhares de famílias. Isto não é uma questão de esquerda nem de direita, é uma questão de bom senso e desafio o PSD a dizer se vai votar favoravelmente ou não a nossa proposta", desafiou.
Na opinião do presidente do Chega, a "reforma do PSD também falha porque não toca na questão dos combustíveis", adiantando que também quer levar ao debate do próximo dia 20 uma proposta de descida dos impostos sobre os combustíveis.
Em 18 de agosto, o Chega apresentou um projeto de lei para que os lucros extraordinários da banca financiem programas de apoio à habitação através de uma "contribuição solidária temporária", defendendo que é uma medida "eficaz e equitativa".