O candidato à Presidência do Brasil Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), diz que a bipolarização política do país deve ser resolvida através do diálogo "sem revólver na cintura".
“Nós aqui precisamos de diálogo, precisamos sentar à mesa com as pessoas sem revólver na cintura. É [preciso] outra filosofia para fazer este país entender-se. Só o facto de [Jair] Bolsonaro ter passado para a segunda volta fez a violência explodir. É relato de morte, de facada", disse Fernando Haddad em entrevista ao portal Metrópole.
O candidato referia-se ao aumento dos casos de violência supostamente praticados por apoiantes de Bolsonaro, como o caso de um capoeirista assassinado um dia depois da primeira volta após declarar ser eleitor do PT e o de uma jovem que diz ter sido atacada porque usava uma camisola com o slogan da campanha "Ele Não", o movimento que não quer Bolsonaro no Palácio do Planalto.
O caso desta jovem de 19 anos, que teve a identidade protegida pelas autoridades policiais, ganhou grande visibilidade porque a vítima teria sido cercada por homens desconhecidos na cidade de Porte Alegre que lhe desenharam na barriga uma suástica com um canivete.
"Quem é que vai fazer uma suástica no corpo de uma mulher a canivete? Quem é que tem apreço por regimes autoritários? Quem é que defende tortura? Ele não defende tortura numa sala reservada, defende isto na televisão", acusou Haddad, referindo-se a Jair Bolsonaro que fez declarações polémicas em defesa da tortura.
O candidato do PT acrescentou que o seu adversário "defendeu extermínio de opositores, a tortura, inclusive de mulheres, como aconteceu com Miriam Leitão [uma jornalista brasileira] a quem ele ofendeu", concluiu.