O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta terça-feira que vai receber os partidos políticos com assento parlamentar até ao final de julho, início de agosto, mas reiterou que não está "nada preocupado" com a aprovação do Orçamento do Estado para 2022.
"Eu fiquei de me encontrar com os partidos ainda antes das férias de verão, para aqueles que as tiverem, e portanto, como fiz nos últimos anos, certamente terei audiências aos partidos políticos até ao final de julho, até ao começo de agosto", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa tinha sido questionado sobre a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, reiterando que está convencido de que haverá "viabilização do Orçamento para o ano que vem e do Orçamento para 2023" e "nada preocupado" com esta matéria.
"Há meses que não tenho essas reuniões [com os partidos]. Tinha de 15 em 15 dias pela própria lógica da renovação do estado de emergência, terminaram em maio", referiu.
Segundo o Presidente da República, "agora é altura de haver essas reuniões", antes do "período eleitoral" das autárquicas de 26 de setembro, "que não é bom período para estar a receber os partidos".
Nestas declarações aos jornalistas, à margem da apresentação de um livro do anterior presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, o chefe de Estado foi também questionado acerca da reunião com especialistas sobre a evolução da Covid-19 em Portugal marcada para 27 de julho.
Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que "as sessões do Infarmed foram acordadas com o senhor primeiro-ministro, concretamente uma reunião antes do mês de agosto, para fazer o balanço da situação e para olhar para o mês de agosto".
"Faz sentido olhar para o que foi a evolução em maio, junho, julho – a última reunião foi no final de maio, e agora temos o retrato mais completo sobre maio, junho, e teremos sobre julho – e olhar para agosto e, portanto, para aquilo que pode ser a evolução desta fase que queremos que seja final da pandemia", considerou.
Quanto a uma possível alteração da matriz de risco, o Presidente da República respondeu que seria prematuro comentar agora essa questão, que poderá vir a ser abordada "ou não nessa sessão, fora da sessão, antes da sessão" de 27 de julho.
Durante a apresentação do livro de Gonçalo Reis, intitulado "Serviço público – A minha vida ao comando da RTP", Marcelo Rebelo de Sousa tomou a palavra e elogiou a sua passagem pela televisão pública, considerando que exerceu o cargo "sem muito barulho, sem muito ruído, muito alarido, criando felicidade".
O chefe de Estado descreveu Gonçalo Reis como "católico antes de tudo", de uma "direita conservadora nos fundamentos, mas irrequietamente avançada na ação", que "continua mais curioso do que convencido, num incessante dinamismo, na espontânea empatia que suscita, como que vivendo cada dia como se vivendo o primeiro", e declarou-se seu amigo "com ou sem televisão".