Seis meses após a invasão das tropas russas na Ucrânia, o Papa Francisco pediu que sejam dados passos concretos com vista ao fim da guerra e que se evite um desastre nuclear.
"Convido-os de novo a rezar pela paz para o amado povo ucraniano. Espero que sejam tomadas medidas concretas para pôr fim à guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporijía”, apelou, lembrando ainda as vítimas da guerra, quando passam seis meses da invasão russa.
“Trago os prisioneiros no meu coração aqueles que estão em condições frágeis. Temos necessidade de paz", reiterou esta quarta-feira, durante a audiência-geral no Vaticano.
Em causa está a central nuclear de Zaporijía, invadida por tropas russas em março, que tem motivado a troca de acusações entre a Rússia e a Ucrânia após vários ataques à instalação, a maior do género na Europa.
“Tantos feridos, tantas crianças ucranianas e russas que se tornaram órfãos, a orfandade não tem nacionalidade, perderam o pai, a mãe, sejam russos, sejam ucranianos”, acrescentou.
O Papa alertou para a “crueldade”, pois muitos inocentes estão a pagar de todas as partes: “A guerra é uma loucura e ninguém na guerra pode dizer: ‘não, eu não sou louco’”.
Os seis meses da guerra coincidem com o 31.º aniversário da independência da Ucrânia, declarada em 24 de agosto de 1991.
Segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 11 milhões de pessoas (cerca de 25% da população do país) atravessaram a fronteira desde 24 de fevereiro, o dia em que a Rússia invadiu a região de Donbass. Ou seja, um em cada quatro ucranianos fugiu do país desde o início do ataque ordenado por Vladimir Putin.
Nos últimos meses, quase cinco milhões voltaram ao país apesar da guerra não ter terminado, enquanto mais de seis milhões continuam refugiados pela Europa. Destes, só cerca de 3,8 milhões integram programas de proteção temporária para refugiados da Ucrânia.