Proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, como defende Donald Trump, é uma ideia “perigosa” que viola os princípios da democracia norte-americana, acusa o Presidente dos Estados Unidos.
No rescaldo do massacre numa discoteca em Orlando, na Flórida, Barack Obama condenou a retórica do multimilionário que será o candidato republicano à Casa Branca nas eleições de Novembro.
“Ouvimos linguagem direccionada aos imigrantes e que sugere que comunidades religiosas inteiras são complacentes com a violência”, criticou Obama.
Numa intervenção realizada esta terça-feira no Departamento do Tesouro, o Presidente tentou desmontar os argumentos de Trump.
“Onde é que isto vai parar? Vamos começar a tratar todos os muçulmanos norte-americanos de forma diferente? Vamos submetê-los a vigilância especial? Vamos discriminá-los por causa da sua fé?”, questionou.
Obama desvalorizou as críticas dos adversários republicanos ao facto de não se referir ao autoproclamado Estado Islâmico como “terrorismo radical islâmico”.
“O que alcançaria com a utilização deste rótulo, o que mudaria? Alguém pensa, a sério, que nós não sabemos quem estamos a combater? Utilizar a expressão Islão radical não faz magia”, atirou o Presidente.
O líder norte-americano alerta que quem relaciona todos os muçulmanos com o radicalismo e deixa implícito que há uma guerra contra uma religião inteira está a fazer o que os terroristas querem.
O ataque de domingo contra uma discoteca de Orlando provocou 49 mortos e mais de 50 feridos.
O massacre é o pior atentado desde o 11 de Setembro de 2001, quando um grupo de terroristas lançou aviões contra as Torres Gémeas e o Pentágono.
O ataque contra o clube nocturno de Orlando, frequentado pela comunidade homossexual, foi levado a cabo por Omar Mateen, um homem nascido há 29 anos nos Estados Unidos, filhos de imigrantes afegãos.