O Japão iniciou, esta quinta-feira, a terceira fase de descarga no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, enquanto Pequim e Moscovo restringiram as importações japonesas em protesto contra este processo, que deve durar várias décadas.
Esta fase, com uma descarga prevista de cerca de 7.800 toneladas de água, deverá durar cerca de 17 dias, segundo a operadora da central, Tepco.
Em 24 de agosto, o Japão começou a descarregar no oceano Pacífico a água utilizada na central nuclear de Fukushima Daiichi (nordeste) para arrefecer os núcleos dos três reatores, que entraram em fusão, na sequência do sismo e tsunami de 11 de março de 2011.
Esta água, que também provém das camadas subterrâneas e da chuva, foi armazenada durante muito tempo em enormes tanques no local da central e tratada para eliminar substâncias radioativas, com exceção do trítio, que só é perigoso em doses concentradas muito elevadas, de acordo com especialistas.
Antes de ser despejada no Pacífico, as águas contaminadas e subterrâneas passam pelo sistema de filtragem Advanced Liquid Processing System (ALPS), capaz de separar dezenas de radioisótopos, mas não o trítio.
Por isso, a Tepco dilui a água que pretende libertar com água do mar até a concentração daquele isótopo baixar a cerca de 1.500 becquerels por litro, nível 40 vezes inferior à norma japonesa para este tipo de operação.
Se após a filtragem as taxas continuarem demasiado elevadas, a empresa repete o processo.
O lançamento do processo provocou uma crise diplomática entre o Japão e a China, que suspendeu todas as importações de produtos do mar japonês no final de agosto, seguida pela Rússia.
No total, o Japão planeia descarregar mais de 1,3 milhões de metros cúbicos de água de Fukushima no oceano Pacífico - o equivalente a 540 piscinas olímpicas - mas de forma gradual e até ao início da década de 2050, de acordo com o calendário atual.