Esta quarta-feira, 1 de agosto, a humanidade terá consumido todos os recursos naturais do planeta. Nos próximos cinco meses vamos viver "a crédito" e um dia mais cedo que em 2017.
O "Earth Overshoot Day" é a data em que a pressão anual da humanidade sobre a natureza excede o que os ecossistemas da Terra podem fornecer naquele ano, e chegou mais cedo 1 dia em relação ao ano passado.
Esta é "a data em que terão sido utilizadas todas as árvores, água, solos férteis e peixes que a Terra consegue fornecer em um ano para alimentar e abrigar os seres humanos e terá sido emitido mais carbono do que os oceanos e florestas conseguem absorver", afirmou a porta-voz da WWF, Valérie Gramond, organização que pertence à rede Global Footprint Network.
"Hoje, precisaríamos de 1,7 Terras para satisfazer as nossas necessidades", alerta um comunicado divulgado hoje.
O total dos recursos renováveis consumidos nunca tinha sido atingido tão cedo desde que a data começou a ser assinalada, nos anos 1970, quando o total só era consumido a 29 de dezembro.
Um terço dos alimentos acumulados pelos seres humanos acaba no lixo, indicou, afirmando que a antecipação progressiva da data se deve ao excesso de consumo.
Francisco Ferreira, da Zero, lembra que é comum falar-se da importância de mudar os estilos de vida como um elemento chave para a construção de uma sociedade sustentável. “Contudo, a mudança necessária rumo à sustentabilidade não será atingida apenas pela ação individual dos cidadãos. A ação política e das empresas em diferentes sectores é crucial”.
Numa nota publicada no site, ambas as organizações da conversação da natureza enumeram um conjunto de medidas que devem ser tomadas até 2020 de forma a reverter as perdas de natureza até 2030. Entre as ações a tomar destacam-se a “aposta numa economia circular onde efetivamente a utilização e reutilização de recursos é maximizada”, a “promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável”, a “promoção da mobilidade sustentável” e o “papel do cidadão” em colocar “pressão em todo o sistema de produção” e ao “exigir a nível político e empresarial a democratização da sustentabilidade”.