O líder da Iniciativa Liberal (IL) anuncia que, caso o Presidente brasileiro, Lula da Silva, discurse na sessão solene do 25 de Abril, os deputados liberais sairão do hemiciclo, tendo expectativa que o presidente da Assembleia da República não proponha essa intervenção.
Em declarações à agência Lusa após o Conselho Nacional da IL que decorreu este domingo em Coimbra, Rui Rocha foi questionado sobre a polémica em torno da possibilidade de Lula da Silva discursar na sessão solene do 25 de Abril que decorre no Parlamento.
"Se esse cenário que eu quero crer que não acontecerá vier a avançar, nesse caso, a Iniciativa Liberal participará com enorme entusiasmo, como sempre, na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, mas no momento em que houver uma intervenção do presidente Lula da Silva, nesse momento os lugares da bancada da Iniciativa Liberal ficarão vazios", avisou.
No entanto, a expectativa do presidente da IL é que Augusto Santos Silva "não avançará com esta intervenção de Lula da Silva na sessão solene do 25 de Abril", tendo em conta o posicionamento de PSD, Chega e a própria IL, considerando que isso seria "insistir em algo que associaria a celebração do 25 de Abril a um momento de divisão em que uma parte significativa dos partidos já se pronunciaram e não se reveem".
"O presidente da Assembleia da República, no que diz respeito às comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, entendeu não incluir nenhum tipo de evento ou referência ao 25 de Novembro porque considerava que era uma data que dividia a Assembleia da República", recordou.
Reiterando que "o segundo, o terceiro e o quarto maior partidos com representação na Assembleia da República não são favoráveis a essa participação do Presidente Lula da Silva", Rui Rocha quer acreditar que, "em coerência com essa intenção de não associar estas datas a questões" que podem gerar divisões, Santos Silva não vai propor o discurso de Lula da Silva.
Na sexta-feira, Santos Silva afirmou hoje que está a recolher "toda a informação" necessária para propor aos partidos a forma de organizar a "sessão de boas-vindas" ao Presidente do Brasil, durante a sua visita de Estado em Abril.
Na véspera, em resposta à agência Lusa sobre o anúncio feito, em Brasília, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, de que o Presidente brasileiro, Lula da Silva, iria discursar na Assembleia da República na sessão solene do 25 de Abril, fonte oficial do gabinete de Augusto Santos Silva remeteu qualquer decisão para "devido tempo".
"Nos termos do Regimento, a ordem do dia é fixada pelo PAR, ouvida a Conferência de Líderes, e será isso que acontecerá em devido tempo em relação às sessões a realizar na segunda quinzena de abril", respondeu o gabinete de Santos Silva, sem mais esclarecimentos.
Nessa tarde, no parlamento, Chega e Iniciativa Liberal criticaram o ministro dos Negócios Estrangeiros por ter anunciado que o Presidente brasileiro vai discursar nas comemorações do 25 de Abril, considerando "um desrespeito" pelo parlamento e um "atropelo inaceitável".
Nesse mesmo dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, esclareceu entretanto que a Assembleia da República "é soberana nas decisões que toma.