O próximo festival Eurovisão da Canção será realizado em Telavive, Israel. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela Eurovisão no seu site e confirma a capital oficial de Israel como o local para o concurso internacional de música. As eliminatórias da competição serão nos dias 14 e 16 de maio é a final está agendada para dia 18 de maio.
O destino do Eurovisão em 2019 ficou rodeado de controvérsia, logo após a vitória de Israel, em maio. Assim que "Toy", de Netta Barzilai, foi confirmada como a música vencedora, tanto a vencedora como o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, anunciaram logo que Jerusalém receberia o concurso. Uma atitude que deixou muitas dúvidas sobre o futuro do festival, já que Jerusalem não é reconhecida internacional de Israel, apesar dos esforços do governo para mudar a situação.
Na altura em que Israel venceu o Eurovisão que Portugal organizou, na Altice Arena, Jerusalém estava mergulhada numa crise internacional. Dois dias depois, os Estados Unidos mudaram a sua embaixada de Telavive para a cidade, motivando protestos perto da embaixada e na Faixa de Gaza. Mais de 50 palestinianos morreram nesses protestos, opondo-se à mudança da localização da embaixada americana para Jerusalem, que consideram como cidade-santa. Jerusalém é considerada santa para três religiões diferentes: o Judaísmo, a religião dominante no país, o Islão, religião dos palestinianos, e o Cristianismo.
A proclamação de Netta e de Netanyahu sobre o Eurovisão de 2019 deixou um travo amargo nos políticos do mundo, especialmente na União Europeia, que se opôs à decisão dos Estados Unidos em proclamar Jerusalém com a capital de Israel. Na área da cultura, muitas bandas e artistas cancelaram concertos em Israel, opondo-se às políticas de Netanyahu e ao aperto humanitário na Faixa de Gaza pelo exército israelita. Muitos artistas internacionais pediram o boicote ao festival, incluindo Brian Eno e Alain Platel e, em Portugal, o realizador António Pedro-Vasconcelos e José Luis Peixoto juntaram-se às vozes contra a realização do Eurovisão em Israel.
Netta ganhou a edição de 2019 em Lisboa, sucedendo a Salvador Sobral. A música "Toy" ganhou através dos votos populares, e foi considerada como uma música poderosa para o movimento #MeToo, e um hino pela liberdade feminina no Médio Oriente.