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A atividade clínica do hospital de campanha de Lisboa foi hoje suspensa face ao número “reduzido” de doentes que ainda lá se encontrava, afirmou à Lusa o coordenador da estrutura, António Diniz.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, tinha anunciado esta tarde, numa publicação nas redes sociais, que a atividade do hospital seria suspensa na terça-feira.
Entretanto, em declarações à agência Lusa, o coordenador da Estrutura Hospitalar de Contingência disse que a suspensão da atividade clínica “acabou por acontecer mais cedo”, uma vez que foi possível transferir os três doentes com Covid-19 que ainda lá estavam para outras instituições.
“O que fizemos hoje não foi encerrar a atividade, foi suspender a atividade clínica, porque o número de doentes que lá estava era um número na verdade reduzido e não havia perspetiva de necessidade desta estrutura nos tempos mais próximos”, realçou.
O coordenador garantiu, porém, que “toda a estrutura permanece operacional” e “toda a equipa está em estado de prontidão” para reativar o espaço, caso seja necessário, “no espaço curtíssimo de 24/48 horas”.
Em 01 de março, em declarações à Lusa, António Diniz defendeu que o hospital deveria continuar ativo, apesar da diminuição do número de infeções, para que os hospitais pudessem retomar mais rapidamente a atividade normal.
No entanto, segundo disse esta sexta-feira à Lusa, questionados os hospitais “sobre a sua necessidade, nesta altura, de recorrerem a esta estrutura para acelerar esse processo, verificou-se que os hospitais […] não tinham essa necessidade”.
“Neste contexto, como é evidente, não fazia sentido nós continuarmos com uma estrutura temporária que é exatamente uma estrutura de apoio aos hospitais”, acrescentou.
O hospital de campanha recebeu 155 doentes enquanto esteve ativo, entre 23 de janeiro e esta sexta-feira, tendo poupado “aos hospitais da região de Lisboa cerca de 900 dias de internamento”, adiantou António Diniz.
“Os objetivos foram alcançados. Primeiro contribuímos para impedir a rotura de algumas estruturas hospitalares. Segundo, contribuímos para o retorno à atividade normal”, considerou ainda.
No ano passado, durante o primeiro confinamento, a infraestrutura já tinha sido preparada, mas nunca chegou a ser utilizada.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.635 pessoas dos 812.575 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
[Notícia atualizada às 20h12]