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A ministra da Saúde, Marta Temido, quer que a população portuguesa "não se deixe vencer pelo medo" associado à pandemia da Covid-19. A governante, em conferência de imprensa, destaca que o regresso à normalidade depende do comportamento cívico da população.
"O nosso lento retomar da vida social depende do nosso comportamento cívico e autovigilância. Não podemos instalar uma sociedade policial, repressiva ou de medo. O nosso maior inimigo não é o vírus, é o medo e não nos podemos deixar vencer pelo medo", disse.
A ministra associa o medo e o comportamento cívico em relação à reabertura gradual das praias. Temido admite que serviços balneares como vendedores ambulantes e bares possam estar em funcionamento, desde que respeitem regras de segurança.
"É preciso garantir que as regras sanitárias são respeitadas. Se queremos voltar a uma certa normalidade, temos de manter um conjunto de comportamentos, que envolve distância entre as pessoas, no areal e no acesso às praias, distanciamento entre os equipamentos e utilização de sinalética em relação à ocupação. Também abrange as atividades envolventes, como pequenos bares, vendas ambulantes e instalações sanitárias, que têm de ter regras específicas", explica.
A fase de desconfinamento arrancou porque Portugal já ultrapassou o "o expoente máximo de incidência" da Covid-19 e Marta Temido salienta o efeito adverso do confinamento da população durante um período longo de tempo.
"Todos os valores apresentam uma tendência decrescente. Portugal já ultrapassou o expoente máximo de incidência, o número do R0 chegou a estar em 2.32, tivemos mais de 270 pessoas em cuidados intensivos e 1300 internadas. É uma etapa que já passámos. Vamos continuar a acompanhar os indicadores, mas temos de avançar e os objetivos do confinamento foram cumpridos, que era conter a capacidade do SNS e desacelarar a infeção", afirma.
Ministra responde à Ordem dos Enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros (OE) contrariou as declarações do secretário de Estado, António Lacerda Sales, que afirmou que todos os profissionais de saúde que tinham contactado com pessoas infetadas por Covid-19 teriam sido testadas.
Marta Temido diz que "não há motivo para não acreditar que as diretrizes não tenham sido cumpridas", mas admite que a informação precisa "de ser melhor alinhada".
"Acredito que há informação que precisa de ser melhor alinhada entre as estruturas. Há critérios de submissão a teste e ser o contacto de um caso é obviamente um deles. A situação dos profissionais de saúde tem uma abordagem específica, mas todas as estruturas do SNS terão respeitado as orientações e vamos avaliar o que pode estar a originar esta questão, mas não há motivo para não acreditar que as diretrizes não tenham sido cumpridas", termina.
Segundo a OE, "havia 1.810 em vigilância passiva, a exercer funções sem a realização de teste, podendo estar infetados sem saber".